|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Eurocopa volta a coroar time virtuoso
Espanha apaga sensação da última edição do torneio, quando Grécia triunfou sem brilhar, e joga bonito até na decisão
DO ENVIADO A VIENA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Eurocopa-08 acabou premiando a seleção que, durante
todo o campeonato, apostou no
talento para vencer as partidas.
Ao contrário da última edição, em 2004, quando os gregos
deixaram a nítida impressão de
que o título ficara em mãos erradas -confirmada com a não-classificação para a Copa de
2006 e com a eliminação na
primeira fase da atual Euro,
após três derrotas-, desta vez o
campeão venceu com méritos.
"A Espanha jogou muito bem
durante todo o torneio. Criou
mais oportunidades na partida
e mereceu a vitória", admitiu o
técnico alemão Joachim Löw.
Com exceção dos primeiros
15 minutos de jogo, quando a
Alemanha parecia mais serena,
a Espanha foi superior no restante do confronto e poderia
até ter fechado a campanha
com resultado mais elástico.
Sem o artilheiro David Villa,
lesionado, o técnico Luis Aragonés apostou no meio-campista Fàbregas para começar
jogando. Recheou, assim, ainda
mais o setor cerebral do time,
que contou com atuações inspiradas de Xavi, Iniesta e Marcos
Senna. David Silva, pela direita,
esteve mais apagado.
Logo aos 14min, Iniesta invadiu pela esquerda e bateu cruzado. Por pouco não contou
com a ajuda do zagueiro Metzelder, que desviou contra a
própria meta. Lehmann salvou.
Um dos destaques da Fúria,
Sergio Ramos, jogador do Real
Madrid, infernizou a vida de
Lahm com constantes subidas
ao ataque -na etapa final, Jansen entrou para tentar ajeitar o
setor esquerdo alemão, mas
também não teve êxito.
Em um desses lances, aos
23min, Ramos cruzou na cabeça de Fernando Torres. O atacante do Liverpool cabeceou no
pé da trave esquerda alemã.
Dez minutos depois, porém,
"El Niño", como é conhecido,
foi letal. Lançado por Xavi, ele
ganhou na corrida de Lahm e
bateu na saída do arqueiro alemão para fazer o gol.
Foi o 17º tento de Torres em
54 jogos pela seleção. A marca o
coloca como o décimo maior
goleador da história da Fúria
-o veterano atacante Raúl, do
Real Madrid, lidera essa lista,
com 44 gols em 102 partidas.
"Conseguimos jogar um futebol atraente aos olhos, mas
também prático", definiu o herói do título espanhol.
No lado dos tricampeões
mundiais, Joachim Löw contou
com o retorno de Frings ao
meio-campo, recuperado da
fratura na costela que o tirara
de combate por duas partidas.
Ballack, que era dúvida até
instantes antes da partida, tentou consagrar uma parceria
com Schweinsteiger nas raras
investidas alemãs. Muito mal,
arriscou dois chutes, ambos
sem direção. Fez cinco faltas e
levou um cartão amarelo.
Na etapa complementar,
Löw buscou combater a inércia
de sua equipe com substituições no ataque. Tentou com o
brasileiro naturalizado Kevin
Kuranyi no lugar de Hitzlsperger. Depois, sacou Klose e colocou Mario Gómez.
Mas foi a Espanha quem seguiu atacando. Aragonés deu
fôlego ao time ao trocar Fàbregas e David Silva por Xabi Alonso e Santi Cazorla.
"Muitas pessoas olharam para esta Espanha como um modelo de como se deve jogar futebol", disse Aragonés.
(MARCELO NINIO E RENAN CACIOLI)
Texto Anterior: Enfim: Espanha vence Euro após 44 anos Próximo Texto: Frase Índice
|