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Hotel da festa do título de 1958 ignora até Pelé
Luxuoso local foi palco de jantar para os melhores da Copa da Suécia, mas destaca em livro e site só políticos, artistas e intelectuais
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A ESTOCOLMO
Um dos hotéis mais refinados do mundo foi palco da celebração da delegação brasileira
poucas horas após a conquista
do título mundial em 1958.
O Grand Hotel em Estocolmo recebeu as delegações dos
quatro países semifinalistas no
Mundial da Suécia. Além do
Brasil, o campeão, a equipe da
casa, a França e a Alemanha
participaram de jantar oficial
promovido por Fifa e organização da Copa do Mundo de 58.
O suntuoso hotel fica na região mais nobre de Estocolmo,
próximo ao palácio real. Conta
com dois enormes salões de luxo. Em um deles, aconteceu o
jantar que serviu como primeira comemoração oficial dos jogadores brasileiros pelo inédito
título mundial, ganho com os 5
a 2 na Suécia no estádio Rasunda, que fica na cidade de Solna.
A Folha teve acesso ao salão
em que aconteceu o jantar, mas
a direção do hotel não permitiu
que fotos fossem tiradas do local. O recinto estava apagado,
mas os ricos detalhes, como os
lustres, chamam a atenção
mesmo sem evento ou festa.
O Grand Hotel, que recebe
conferências e festas até mesmo em seu Sea Lounge (um
barco de luxo), mantém muito
de seu glamour desde 1874 registrando as presenças das
mais diversas personalidades
internacionais em seus refinados aposentos.
A direção distribui livro com
algumas fotos históricas de
ilustres visitantes, como Albert
Einstein, Charles Chaplin,
Frank Sinatra, Elizabeth Taylor, George Bush, Greta Garbo,
Margaret Thatcher, Martin Luther King, Michael Jackson,
Nelson Mandela, Rolling Stones e Sophia Loren, porém nas
páginas não estão jogadores como Pelé nem Garrincha.
O cinco estrelas, fundado em
1872 pelo francês Jean-François Régis Cadier, mas aberto
oficialmente só no dia 14 de junho de 1874, recebe, em média,
uma dezena de presidentes de
países por ano, segundo a direção -no site do hotel, também
não consta o nome de Pelé.
E é exatamente por causa
dessa constante entrada e saída
chefes de Estado que, segundo
a direção do hotel, não há espaço em livro ou sequer registro
significante do jantar do título
da Copa do Mundo de 1958.
O ritual de fazer um jantar
oficial em cada Copa seguiu até
1978, segundo João Havelange,
presidente de honra da Fifa
que decidiu acabar com a prática por causa de um atraso da
delegação holandesa, vice-campeã, à cerimônia de 1978.
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