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Chineses manterão censura na internet
Após críticas, comitê organizador diz que está obrigado só a dar acesso à rede
Anistia Internacional, cujo site é bloqueado no país, divulga relatório e afirma que país deixou de cumprir suas "promessas olímpicas"
DA REPORTAGEM LOCAL
A organização dos Jogos
Olímpicos de Pequim afirmou
hoje que o acesso à internet não
será livre para a imprensa internacional durante o evento,
conforme havia anunciado, por
diversas vezes, o Comitê Olímpico Internacional (COI).
"Nosso compromisso era fornecer o acesso necessário para
o trabalho dos repórteres", disse Sun Weide, porta-voz do Bocog (comitê organizador).
Sun confirmou que sites ligados ao movimento espiritual
Falungong, banido no país, não
estarão disponíveis para conexão, assim como endereços que
ele preferiu não divulgar.
Desde a designação da China
como sede da Olimpíada, em
2001, o COI, por reiteradas vezes, garantira à imprensa internacional que haveria "total liberdade" para o desempenho
de funções jornalísticas pelo
menos durante os 19 dias de
programação oficial.
Sites internacionais de notícias, como os de BBC e CNN,
também seguiam bloqueados
até ontem no MPC (centro internacional de imprensa).
Além disso, é impossível
acessar na China site de organizações humanitárias como a
Anistia Internacional, entidade
multinacional defensora dos
direitos humanos. Ontem, a
ONG divulgou relatório no qual
acusa o país asiático de "quebrar sua promessa" com relação ao respeito aos direitos humanos e liberdades individuais.
A entidade monitora as atividades do governo chinês desde
que o país foi confirmado pelo
COI como organizador dos Jogos Olímpicos.
Segundo a Anistia, a China
não reduziu a perseguição a ativistas de direitos humanos, prisões de dissidentes sem julgamento e a censura à imprensa,
além de manter a pena de morte em seu território -mesmo
sob protestos da comunidade
internacional.
O governo respondeu prontamente, classificando o relatório de "injusto e preconceituoso". "Qualquer pessoa que conheça a China sabe que essas
palavras não são verdadeiras",
disse o porta-voz do Ministério
do Exterior chinês, Liu Jianchao, sobre o documento.
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