São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Palmeiras define hoje futuro de seu estádio

Sócios votam pela aprovação ou não de acordo que viabiliza início de obras

Tempo de cessão do Parque Antarctica à WTorre, que fará a reforma, vira embate político entre gestão atual e estafe de Mustafá Contursi


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a um tenso embate político, o Palmeiras define hoje o futuro de seu estádio.
A partir das 10h, os cerca de 8.500 sócios com direito a voto decidirão se aceitam ou não dar seqüência ao projeto da WTorre, empresa responsável pela reforma do Parque Antarctica e da parte social do clube.
Os associados terão duas questões para responder na urna eletrônica. Primeiro, se aceitam a mudança no estatuto palmeirense. Depois, se concordam em ceder o espaço do clube para a realização do projeto.
Em 21 de julho, o Conselho Deliberativo aprovou a alteração estatutária que inclui o chamado direito de superfície -quando o proprietário concede a terceiros o direito de construir ou de plantar em seu terreno por tempo determinado.
A atualização do estatuto é fundamental para que, depois, o acordo com a WTorre não seja contestado juridicamente.
Nas últimas semanas, a disputa política entre a situação e a oposição pegou fogo.
Os aliados do atual presidente, Affonso della Monica, gabam-se nos bastidores de terem avançado no projeto que começou ainda na gestão de Mustafá Contursi. Mas que, segundo eles, ficou 12 anos (período em que Mustafá comandou o clube) parado no tempo.
"É um divisor de águas para o Palmeiras. E também é a chance de entrarmos num ciclo vitorioso", afirma João Mansur, membro da diretoria de planejamento do clube e elo entre o Palmeiras e a WTorre.
Sem contar que o início das obras fincaria a bandeira da situação e daria fôlego à prorrogação do mandato de Della Monica, que acaba em janeiro de 2009, por mais um ano.
Por outro lado, o estafe do ex-mandatário não concorda com o tempo do acordo. Em troca do investimento, estimado em R$ 270 milhões, a WTorre poderá explorar o espaço por 30 anos.
O clube terá participação sobre a receita líquida de forma escalonada. Nos primeiros cinco anos após a conclusão da obra, receberá 5%. Depois, até completar dez anos, fica com 10%, e assim sucessivamente.
Em jogos de futebol, o Palmeiras ficará com 100% do que arrecadar das bilheterias. Terá de bancar, entre outras coisas, energia elétrica, água e segurança. O clube calcula uma economia de R$ 8 milhões anuais.
O início oficial das reformas na parte social, caso a situação saia vitoriosa hoje, está previsto para depois de amanhã. O estádio começará a ser mexido em fevereiro de 2009. Pelo cronograma, a arena estará pronta em 15 de dezembro de 2010.
" Não sei por que estão com tanta pressa. É uma questão de disputa, e querem que as duas coisas sejam aprovadas na mesma reunião", reclama Mustafá.
Ontem, a oposição teve duas liminares pedindo a anulação da votação indeferidas.
Para que o pleito seja validado, é necessária a presença de 10% dos votantes. O "sim" vence com maioria simples.


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