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Bolt sobra na pista até resfriado
Em Zurique, jamaicano treina pouco e larga mal, mas ganha 100 m com boa vantagem sobre rivais
Na Liga de Ouro, campeão olímpico diz que princípio de doença o atrapalhou, mas marca 9s83, o sexto melhor tempo desta temporada
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE
Quase sem treinar desde Pequim, um pouco resfriado e largando mal, o jamaicano Usain
Bolt voltou a vencer com sobras
os 100 m, no GP de Zurique, na
Liga de Ouro. Foi sua primeira
aparição após a Olimpíada,
quando ganhou três ouros com
três recordes mundiais.
Em Zurique, seu tempo foi de
9s83, o 14º melhor da história.
Se ficou longe de sua melhor
marca (9s69), conseguiu vantagem de 0s16 sobre o segundo
colocado, Walter Dix. A prova
reuniu 7 dos 8 finalistas olímpicos -Richard Thompson, prata
em Pequim-2008, foi terceiro.
Bolt era a estrela mais esperada pelas 26 mil pessoas que
lotaram o estádio Letzigrund,
em Zurique, para a penúltima
etapa do circuito Liga de Ouro.
Mas seu técnico e ele não projetavam novo recorde.
Após a prova de ontem, o
próprio Bolt disse que seu objetivo na Suíça era ganhar a prova, não quebrar de novo o recorde. "Minha largada não foi
tão boa", afirmou o atleta, pouco após deixar a pista. "Eu me
concentrei em vencer e, como
estou com um princípio de resfriado, não deu para pensar em
um tempo melhor."
Apesar de pequenos problemas físicos, Bolt afirmou que
estava bem mais relaxado do
que na Olimpíada. "Em Pequim, a pressão era muito
maior. Hoje [ontem] foi fácil",
disse o jamaicano à Folha, sorriso largo, depois de dar uma
volta completa no estádio, sob
aplausos eufóricos e uma interminável bateria de flashes.
Mais uma vez, ele ressaltou
que seu objetivo agora é acabar
a temporada sem contusões e
voltar à Jamaica para festejar.
Ele ainda disputa competições
em Lausanne e em Bruxelas.
O resfriado de Bolt pode ter
sido a razão da desistência da
equipe jamaicana do revezamento 4 x 100 m, momentos
antes da prova que teve vitória
dos EUA. Não houve explicação oficial para a ausência.
Bolt foi a maior estrela de
uma constelação de medalhistas em Pequim que competiram ontem em Zurique. Nenhum recorde mundial foi quebrado, mas alguns desempenhos levantaram o público. Entre eles, um duelo particular
chamou a atenção, na luta pelo
prêmio de US$ 1 milhão que será pago ao atleta que vencer as
seis etapas da Liga de Ouro.
A queniana Pamela Jelimo
(800m) e a croata Blanka Vlasic (salto em altura), as duas
atletas que ainda estão no páreo para faturar o dinheiro, não
decepcionaram. Campeã olímpica, a atleta queniana ganhou
com facilidade, com o tempo de
1min54s01, o melhor do ano e
só 0s73 acima do recorde mundial. Já Blanka se recuperou da
Olimpíada, quando ficou com a
prata, e saltou 2,01 m.
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