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Astro e capitão vira espectador no Mineirão
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que busca selar a estrela dourada de campeão brasileiro em cima de seu escudo, o
Cruzeiro não poderá contar com
sua principal estrela: o meia Alex.
O jogador, principal artilheiro
não-atacante do torneio, com 16
gols, recebeu o terceiro cartão
amarelo contra o Paraná e apenas
entrará em campo no Mineirão
hoje na hipótese de uma volta
olímpica com os companheiros.
Ele é o que mais finaliza (3,4
chutes), o que mais cruza (9,8) e o
que mais dribla (3,7) na equipe
cruzeirense, em média, por partida, segundo o Datafolha.
Responde por cerca de 35% dos
gols do time, pois contabiliza 15
assistências na competição.
Entre os titulares da equipe, é o
mais caçado, sofrendo em média
3,3 faltas por jogo. Seu aproveitamento de passes é muito bom
(acerta 84,2%), considerando que
ele faz vários deles com alto grau
de dificuldade, quase sempre no
campo de ataque de seu time.
Alex atuou em 36 dos 43 jogos
do Cruzeiro até agora. Em média,
jogou em cada partida 85 minutos, o que mostra sua efetiva participação na campanha cruzeirense
também em minutos jogados.
Nas vezes em que Alex esteve
fora da equipe, como hoje, o Cruzeiro sentiu dificuldades. Na partida de ida contra o Paysandu, rival de hoje, por exemplo, o time
paraense conseguiu uma expressiva vitória em Belém: 3 a 0.
Alex coleciona vários títulos na
carreira, mas ainda não triunfou
no Brasileiro, principal torneio
nacional. Até este ano, sua melhor
performance na competição
acontecera em 1997, quando o
Palmeiras foi vice-campeão e ele
fez sete gols, seu recorde até 2003.
Especialmente depois do fracasso olímpico em 2000, Alex foi bastante contestado. A fama de ser
um jogador sonolento às vezes o
perseguia. O reencontro com o
técnico Wanderley Luxemburgo,
que também sucumbiu nos Jogos
de Sydney, o transformou.
Fisicamente, Alex é outro. No
começo da temporada, tinha
13,8% de gordura no corpo. Chegou a ter 8,9% durante o Brasileiro e, atualmente, está com 9,7%.
""Nós colocamos o Alex no peso
ideal, cuidamos da alimentação
dele, e então ele voltou a brilhar",
disse Zezé Perrella, superintendente de futebol do Cruzeiro.
Tecnicamente, ele pouco mudou. Continua responsável pelas
cobranças de faltas e escanteios da
equipe. Mas assumiu mais a condição de líder. Alex é o capitão do
Cruzeiro, o homem de confiança
de Luxemburgo em campo.
A ótima campanha em 2003,
que pode ser fechada com um terceiro título, fez Alex voltar à seleção. Ele integrou o grupo do técnico Carlos Alberto Parreira em
todos os jogos das eliminatórias e
disputou também a Copa das
Confederações, no meio do ano.
Na seleção, porém, Alex tem ficado quase sempre na sombra de
Kaká, ex-são-paulino que prometia ser o grande destaque do atual
Brasileiro e que acabou se transferindo para o Milan. A disputa pelo posto de destaque do Nacional
ao menos já foi vencida por Alex.
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