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BEISEBOL
Cabeça e tronco de um dos melhores jogadores da história dos EUA, Ted Williams, estão congelados, revela revista
Filhos retalham e congelam corpo de mito das rebatidas
DA REPORTAGEM LOCAL
O americano Ted Williams, um
dos melhores rebatedores da história do beisebol, está desde julho
de 2002, quando morreu aos 83
anos, congelado em duas partes
(cabeça e tronco) em contêineres
com nitrogênio líquido nos EUA.
Em sua penúltima edição (18 de
agosto), a "Sports Illustrated",
mais respeitada revista esportiva
do país, publicou a informação e
os bastidores do caso, que agora
está sob investigação do Estado.
Último jogador da principal liga
americana a conseguir aproveitamento de 40% nas rebatidas em
uma temporada, em 1941 -Albert Pujols lidera neste ano com
36,5%-, e integrante do Hall da
Fama desde 1966, Williams sofreu
a partir de 1994 derrames que prejudicaram a visão e a mobilidade.
O testamento, de 1996, dizia que
seu desejo era ser cremado e ter as
cinzas espalhadas "pelas águas
profundas" de uma praia de Hernando, no Estado da Flórida, onde morava e, depois de parar de
jogar, praticava um hobby pelo
qual se apaixonou: a pesca.
Ted atuou de 1939 a 1960, sempre pelo Boston Red Sox, um dos
clubes mais tradicionais do país.
Em novembro de 2000, durante
internação em um hospital, ele teria assinado um papel, em comum acordo com os filhos do terceiro casamento, John Henry e
Claudia, no qual os três expressavam o desejo de serem mantidos
após a morte em suspensão criogênica (técnica de congelamento
que visa impedir a deterioração física), com a esperança de um dia,
com o avanço da ciência, serem
ressuscitados.
Bobby Jo Ferrell, filha do primeiro casamento de Williams,
contestou a veracidade da assinatura no papel sujo de graxa no
qual o ex-jogador assinava "Ted
Williams". Bobby Jo afirmou que
seu pai registrava "Theodore Williams", mas autoridades julgaram a firma autêntica.
A primogênita do ex-astro do
beisebol disse suspeitar que John
Henry e Claudia querem apenas
ter ganhos financeiros ao tentar
preservar o corpo do pai -comercializando o seu DNA.
Pairam ainda dúvidas sobre o
real estado de Williams no interior da empresa Alcor Life Extension Foundation, no Arizona.
Diferentemente do que a mídia
divulgou -o corpo estaria congelado intacto, de cabeça para
baixo-, a "Sports Illustrated"
publicou, com base em informações de um funcionário que deixou em julho a Alcor, Larry Johnson, que a cabeça foi separada e
perfurada nas laterais, a fim de
que o cérebro pudesse ser monitorado. A separação seria contrária à idéia de John Henry -preservação em "corpo inteiro".
Johnson, que trabalhava como
chefe de operações da Alcor, diz
ter provas fotográficas. Afirma
ainda que a cabeça de Williams,
por falhas no processo criogênico,
sofreu ao menos dez rachaduras.
O caso, bizarro em sua essência,
ganhou contornos sádicos após
Johnson revelar que executivos da
Alcor falaram recentemente em
"jogar o corpo [de Williams] fora" ou "enviá-lo em uma encomenda para a casa de John
Henry", em alusão ao fato de o filho do ex-atleta dever US$ 111 mil
à empresa -pagou até agora US$
25 mil do custo da operação.
Com a repercussão do caso, a
Procuradoria Geral do Arizona
decidiu investigar as condições
em que opera a Alcor e as em que
estão o corpo de Williams.
Contatada pela Folha, a Alcor,
fundada em 1972, apenas disse
que "nenhum paciente foi tratado
com negligência" e que já tomou
medidas para acionar Johnson judicialmente por "violar a política
de privacidade" da empresa.
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