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>> Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
Quando os críticos sabem demais
OUTRO DIA, sem querer, me vi no meio de
um debate sobre crítica de música. Dizia lá um sujeito que crítico bom tem
de ter conhecimento técnico. Apesar de eu não
me considerar um crítico, só um mero colunista de música e olhe lá, sobrou para mim a defesa da "classe" contra as asneiras que o cara falava. Acho que alguma base técnica é até desejável, mas não essencial.
Mais importante é entender da história do gênero musical a ser criticado, saber contextualizar
as informações, não manjar só de música, escrever
direito, não errar informação etc.
Tinha na cabeça, como
modelo, críticos da qualidade de um Simon Reynolds, inglês da minha geração que conseguiu a
proeza de escrever dois livros fundamentais em
áreas musicais bem diferentes: "Rip It Up and
Start Again", sobre pós-punk, e "Ecstasy: Into the
World of Techno and Rave Culture", sobre a cultura rave.
Já citei aqui muitas vezes o ótimo blog dele,
blissout.blogspot.com,
e sempre acompanho
seus textos nas várias
publicações em que colabora. Até que, nesta semana, li na "Word" (de
junho -desculpe o atraso) a resenha que Reynolds fez para o primeiro
álbum dos Ting Tings,
"We Started Nothing".
Ele defende a tese, amplamente xerocada no Brasil,
que só a primeira faixa, "Great DJ", é ótima. O restante
fica no mais ou menos. Para isso, gastou 871 palavras
(esta coluna tem 300) e citou nada menos do que 16
bandas e artistas. Isso tudo para escrever sobre um
disco que só tem uma música boa...
À medida em que avançava no texto, eu pensava: como é possível levar música pop tão a sério? Para quem
esse cara acha que está falando? Quem entende tantas
referências? Caímos no de sempre: críticos que sabem
demais escrevem para outros críticos, para músicos e
nerds de música. E ainda tem gente que se importa.
CD PLAYER
EJECT - Caetano Veloso x crítica
Ele xingar críticos de "provincianos" é
como Bin Laden acusar alguém de
"terrorista". Tem espelho em casa, CV?
EJECT - Mudanças no
blogfreshradio.com
Não sei se é meu computador, mas não
consigo mais escutar tudo em
streaming. Só baixando o programa.
EJECT - Preço da cerveja no
Canadá
Cerveja grande (mais ou menos meio
litro) no show do Radiohead, há duas
semanas, em Toronto: R$ 18. Protesto!
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