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música
Viagem para o retro-futuro
No Lollapalooza, a dupla americana MGMT conversou sobre sua vinda ao Brasil em outubro
DO ENVIADO A CHICAGO
Show de oportunidades. É assim que pode
ser enxergada cada
uma das duas apresentações do grupo
americano MGMT no Brasil
em outubro, uma em São Paulo,
outra no Rio, ambas como atração do Tim Festival 2008.
Oportunidade de o Brasil ver
de perto uma banda nova explodindo cada vez mais no cenário roqueiro mundial.
E também oportunidade de o
próprio MGMT descansar um
pouco, depois de uma ascensão
artística fulminante em um ano
em que passaram de "zeroes"
(zeros) para "heroes" (heróis)
da celebrada nova fase do rock
americano.
"Além de nos convidarem para tocar, ofereceram quatro
dias em uma praia brasileira",
disse à Folha, nos bastidores
do Lollapalooza, em Chicago, o
vocalista/guitarrista e um dos
dois "donos" do grupo, Andrew
VanWyngarden, parceiro de
banda de Ben Goldwasser, tecladista e responsável pelas bases sonoras que dão colorido
hippie à música moderna do
MGMT. "Não sei nem qual
praia é, mas nem precisava dizer. Não tínhamos como dizer
não ao Brasil e a uma praia brasileira", sonha.
Hippies e modernos. É por
isso que o MGMT é chamado
de uma banda retro-futurística. Tocam de batas coloridas,
pregam amor à natureza, usam
faixas na cabeça, flautas em algumas músicas, vídeos de dança ao redor de fogueira na
praia. Isso tendo o grupo surgido, crescido e montado sua base na cosmopolita e agitada
Nova York.
"Nova York nos perturba.
Criamos um meio de escapar
dela, através de nossa música",
diz VanWyngarden.
Do "zunzunzum" dos blogs
no ano passado a páginas e páginas nas revistas deste ano, o
MGMT está em todas. Excursiona com o Beck, abre para o
Radiohead e seu público de 40
mil pessoas e é o atual rei das
trilhas sonoras de filmes, seriados de TV e propagandas.
Até programa esportivo inglês usa canção do MGMT como vinheta. "Isso nos assusta
um pouco. Vou para o cinema,
ouço MGMT, ligo a televisão,
ouço MGMT. Mas, se tem sido
bom para divulgar nossa música, nem posso reclamar", fala
VanWyngarden, que diz gostar
muito de música brasileira,
mas prefere a antiga ("the old
stuff"), tipo Mutantes, mais do
que os novos CSS e Bonde do
Rolê, parceiros de cena pop
atual do MGMT.
(LÚCIO RIBEIRO)
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