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>> Álvaro Pereira Júnior - cby2k@uol.com.br
O barraco rock and roll de Ingrid Betancourt
COMO JORNALISTA, claro
que meus olhos estavam atentos para o forte noticiário político-policial
da semana passada. Mas o coração, confesso, estava em
Bogotá e em Paris, acompanhando o formidável barraco,
100% rock and roll, em que se
transformou a libertação dos
reféns das Farc, entre eles a
ex-senadora Ingrid Betancourt.
Assim que foi solta, Ingrid
tratou de zarpar de sua querida Colômbia. Em Paris, dá entrevistas com pose de Madre
Teresa, dizendo que seu futuro político depende de conversas com o marido.
Só que, na Colômbia, o maridão, Juan Carlos Lecompte,
entrega: Ingrid não quer mais
nada com ele. Depois de seis
anos no meio do mato, ao
reencontrar o marido não lhe
deu nem um abraço. A razão
da frieza seria uma namorada
mexicana
que Lecompte arrumou
enquanto Ingrid penava
no cativeiro.
Mas... como ela sabia
da mexicana? Fofoca
na selva? Ou,
nas poucas
horas que separaram a libertação do
encontro
com o marido, alguém
foi envenenar Ingrid?
Bem louco, também, é o bate-boca com outra ex-refém,
Clara Rojas, libertada seis
meses antes de Ingrid, de
quem era assessora. No
seqüestro,
em 22 de fevereiro de
2002, os
guerrilheiros
disseram que
só queriam
Ingrid, mas
Clara fez
questão de ir
junto. Na selva, teve um
filho, que, segundo ela, é
de um guerrilheiro que
acabou morrendo.
Em Paris, Ingrid "Madre
Teresa" andou declarando
que salvou a vida do filho de
Clara, Emmanuel, num dia
em que a mãe, desesperada,
teria tentado afogá-lo num
rio. E outro ex-refém, Luis
Eladio Pérez, disse que, na
floresta, lavava as fraldas do
moleque.
Indignada, Clara atacou os
dois numa longa entrevista à
rádio RCN. Disparou que Ingrid é "boa de teatro", e que
seu contato com ela, durante
o cativeiro, era nenhum. Sobrou também -e muito- para Luis Eladio. Disse Clara
que ele fazia fofocas contra
ela para Ingrid.
Ouça a entrevista de Clara
aqui: http://is.gd/Rmr. E divirta-se com a natureza humana.
CD PLAYER
PLAY - "NME" entrevista Cansei
de Ser Sexy 1
Tudo o que você nunca leu em português
sobre o CSS está nesta excelente
reportagem de Krissi Murison:
bastidores da briga com o empresário,
falta de grana, quebra-quebra, choro etc.
PLAY - "NME" 2
É curioso notar o descompasso entre a
crise por que o CSS passava, em 2007, e
o oba-oba que se fazia em torno da
banda no Brasil.
PLAY - "NME" 3
Leia aqui: http://is.gd/Ro1. Lembrei de
George Orwell: "Jornalismo de verdade
consiste no que alguém não quer ver
publicado; o resto é relações públicas".
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