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turismo
Viagem pelos sofás do mundo
Mais barato e divertido que ficar em albergues, o couch surfing é um novo jeito de hospedagem entre os mochileiros
CAROL RAMOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Viajar pelo mundo
hospedando-se em
albergues é coisa do
passado. Pelo menos para quem está
a fim de economizar ainda mais
e fazer amigos. Esses são os
principais motivos que levam
muitos jovens a se cadastrarem
em sites como o CouchSurfing.com, a nova modalidade de
viagem adotada pelos mochileiros na internet, que propicia
a experiência de receber ou ficar no sofá (couch) de alguém.
"É bom para quem vai fazer
viagens longas, pois um albergue que custa 15 euros por noite pode acabar sendo muito caro numa viagem de dois meses",
defende Pedro Alcântara, 20,
estudante de teatro e de relações internacionais. No ano
passado, Pedro viajou para os
EUA para encontrar o irmão e
esquiar na cidade de Iron River
(Michigan) e acabou sendo
hospedado por um casal.
O CS funciona de uma forma
parecida com sites de relacionamento como o Orkut, onde o
usuário cria um perfil e põe fotos e informações sobre seu
gosto pessoal: música, filmes,
hobbys e livros. Também faz
parte do perfil -é opcional-
descrições sobre si mesmo, tipo
de pessoa que o usuário gosta e
tópicos como "algo incrível que
vi ou fiz ultimamente".
Felizmente não é só em sofás
que dormem os couch surfers.
Se a pessoa puder, oferece colchão, um lugar na cama ou até
um quarto só para o hóspede.
"Em Atenas, minha "host" ofereceu uma suíte com banheira e
TV a cabo e fazia questão que
eu comesse com a família dela",
conta a Andressa Caldeira, 21.
Ela pratica o CS desde dezembro de 2006 e já viajou para
vários países da Europa, como
Espanha, Itália, Alemanha e
Holanda. Nunca enfrentou nenhuma saia-justa e acha que,
para o êxito da viagem, é importante que as duas partes conversem bastante. Acertar detalhes sobre horário, estilo de vida, hábitos alimentares e até o
que levar é essencial.
"Ás vezes você passa semanas trocando e-mails com alguém que vai hospedar você e a
pessoa some do nada", conta
Henrique Alcântara, 24, irmão
de Pedro, que já passou um
tempo na Itália e nos EUA pelo
CS. Por conta de situações como essa, a coisa mais valorizada
pelos surfers é a honestidade.
As novas amizades também
são um ponto a favor do CS. Os
vínculos podem se tornar muito fortes, e a viagem se estender. Andressa hospedou um
australiano e no ano que vem,
quando pretende se mudar para Perth, na Austrália, vai ficar
na casa dele enquanto procura
um lugar para morar.
Para Clessio Hosa, 23, gaúcho de Guarano das Missões, a
boa recepção depende de você
ser um bom hóspede. Ele já foi
para a Grécia e para a Polônia e
é todo elogios ao programa.
Também hospedou um australiano e pretende conhecer
alguns países da América do
Sul, como Bolívia, Argentina e
Peru, praticando o CS.
E a paquera? "Sempre rola",
conta Henrique, que arrumou
uma namorada suíça que ficou
hospedada na casa de um amigo. Entre as atrações turísticas,
o centro de São Paulo, a avenida
Paulista e até uma favela.
"Para mim foi muito importante a experiência de vir para
um lugar com diferenças sociais, isso não existe no meu
pais", opina Helge Hagland, 26,
norueguês que está há dois meses no Brasil. Helge, que já foi
apelidado de Armandinho por
seus amigos brasileiros, deu
uma boa volta pelo Brasil, passeando por cidades da Paraíba,
Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. "O melhor
daqui são as pessoas", conta,
"Você é muito bem recebido."
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