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Cartas
Bronca no Folhateen
"Eu sou Bianca, tenho 15 anos e sempre leio o
Folhateen. Não gostei das primeiras edições
desse ano. Em pelo menos metade das que eu
li, vários colunistas metem o pau na cantora
Amy Winehouse. Eu só acho que ela é uma
diva do blues e que, apesar dos pesares, ela
continua ótima. Novatas como Adele podem,
sim, alcançar uma carreira e tanto, mas com
seu próprio talento, sem precisar que a Amy
caia em decadência. Afinal, ela tem fãs que
conhecem o verdadeiro motivo de todos
esses transtornos e que ainda curtem o som.
Eu queria sugerir que vocês falassem sobre
comunismo, vanguarda e capitalismo. Tenho
certeza de que existem jovens interessados
pelo assunto."
BIJU DANGER
Bronca no 02 Neurônio
"Sou leitor habitual da coluna "02 Neurônio",
tradicionalmente inteligente e bem humorada. Fiquei
chateado com a citação da banda Kid Abelha, de forma
absolutamente gratuita, como "gostar de alguma banda de
que ninguém gosta". Nos outros exemplos de vícios
secretos, como "ler livros péssimos", nenhum nome foi
citado. Provavelmente as meninas devem estar com inveja
da vocalista da banda citada, a Paula Toller, pela excelente
forma e pela sensualidade que possui, além do som bem
gostoso que a banda apresenta. Bom, pelo menos uma
pessoa já desmentiu a afirmação da coluna."
NELSON JOSÉ PENNA
Bronca no Thiago Ney
"Meu nome é Evandro Nascimento, tenho 32 anos e sou
professor. Fiquei triste, chateado e indignado com a
reportagem escrita por Thiago Ney sobre o filme "Juno".
Nela, o repórter cita três motivos para assistir ao filme. A
reportagem é pequena, mas o final dela é terrível. No
penúltimo parágrafo, Thiago Ney escreve: "gente velha vai
dizer a você que o filme é irreal... Não dê ouvidos". Dessa
forma, ele é bastante preconceituoso ao usar de forma
pejorativa o termo "gente velha" para falar de pessoas
idosas. Segundo, ele pede para que não dê ouvidos, numa
clara falta de respeito àqueles que nos são próximos e que
já passaram por todas as fases por que um dia passaremos.
Terceiro, julga a opinião das pessoas dizendo que falarão
"bobagens". Creio que essa não é a intenção do caderno
Folhateen e que promover a cultura e tratar de assuntos
sobre adolescentes de forma clara e respeitosa seja o
verdadeiro objetivo do caderno."
EVANDRO NASCIMENTO, 32, Belo Horizonte, MG
Título infeliz
"Na última edição do Folhateen, li um título que me
assustou: "Japão Imoral". É claro que a intenção não era
falar da cultura japonesa, mas sim do mangá "Utena". Com
toda certeza, essa pequena expressão parece ser imprópria
para o que se procura dizer. Ora, se formos levar ao pé da
letra o que foi escrito, prejulgamos uma nação inteira
dizendo que ela não possui moral, e isso não é possível!
Dizer que o Japão é imoral chega a ser um pouco ridículo,
creio que o título foi infeliz. É claro que se poderia dizer que
a maioria dos mangás possui temas controversos sobre
relacionamentos humanos. Mas tudo que é retratado nos
mangás, em seu aspecto geral, é reflexo do que existe na
sociedade, não só na sociedade japonesa, mas num
contexto muito mais amplo."
PALMYRA RODRIGUES, 21, Sorocaba, SP
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