São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2012

CAFUNÉ

Por quê?

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

Por que o dia nasce? Ele é criança? E a lua nasce também, né? Por que eu não posso comer doce hoje? Mãe, como funciona o cinema? Mãe? Ô, manhê! E você pode consertar o meu carrinho? Não? Por quê? O que é natureza morta? Mas a natureza pode morrer? E essa música? Quem é que está tocando? Como ele está tocando? E essa coisa gigante amarela ali na construção, é o quê? Grua, é? Por que se chama grua? E quanto tempo demora para essa semente germinar?
As perguntas são infinitas e deixam os adultos loucos. Não se preocupem, continuem deixando-os malucos, só não deixem nunca de perguntar. A curiosidade move o mundo e as montanhas. As descobertas da ciência são obra de gente que não para de perguntar. As obras de arte, seja uma pintura ou uma coreografia de balé, são resultado de pessoas que se perguntam até onde podem chegar. Curiosidade faz tudo o que é chato ficar legal, é só começar a perguntar e não se contentar com resposta besta.
Perguntem, indaguem, mantenham viva a chama da dúvida, mesmo quando alguém diz que algo é muito complicado para criança entender. Às vezes, pode até ser, mas a insistência pode nos fazer chegar às respostas.
Curiosidade é tudo na vida. Não se esqueçam dela. Precisamos que sejam curiosos para que o mundo ande, para que a humanidade seja menos tosca. E nunca aceitem um "porque não". Afinal, "porque não" não é resposta!

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