|
Próximo Texto | Índice
ACESSO
Governo de SP vai vistoriar instalações de faculdades
Objetivo é verificar o que falta para o portador de deficiência nos campi
Paulo Fehlauer/Folha Imagem
|
|
Tatiana Dias, 21, faz faculdade de propaganda e marketing
FERNANDA CALGARO
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
As universidades públicas de
São Paulo ainda estão longe de
estar completamente adaptadas para receber portadores de
deficiência, mas têm se esforçado para atender a esse público.
Para avaliar se as instalações
estão de acordo com as exigências, a Secretaria Estadual dos
Direitos da Pessoa com Deficiência começará a vistoriar os
prédios das universidades paulistas até o fim deste ano.
O primeiro destino será o interior. "Sabemos com mais facilidade sobre a situação da capital, pois estamos aqui", diz a
titular da pasta, Linamara Rizzo Battistella. "Agora, na Unicamp e nas unidades da Unesp
e da USP no interior, é mais difícil saber o que está faltando."
A idéia é fazer um mapeamento nessas instituições para
descobrir o que precisa ser feito
em cada uma delas e avaliar os
custos. O governo paulista diz
que não há prazo para concluir
as melhorias.
A pasta também quer acompanhar de perto as instituições
privadas. O foco é facilitar a vida dos 3.471 deficientes matriculados no ensino superior
paulista (privado e público), segundo dados de 2006, quando
foi feito o último Censo da Educação Superior pelo Inep, ligado ao Ministério da Educação.
A presença dos portadores de
deficiência entre os matriculados em universidades é pequena. Pelo censo do Inep de 2006,
os alunos com deficiência representavam só 0,15% dos universitários no país. Como comparação, em 2000, no último
censo do IBGE, 24,6 milhões de
pessoas, ou 14,5% da população
no país, eram deficientes.
"Isso reflete a própria exclusão social, que já vem desde o
ensino fundamental, por causa
do despreparo de professores e
da própria família em incentivar esses alunos", avalia Maria
Candida Del Masso, docente do
Departamento de Educação
Especial da Unesp em Marília.
"E também há o lado financeiro, porque materiais e transporte adaptados são caros."
Desde 2001, a USP tem um
programa que visa implementar políticas voltadas para alunos, docentes e funcionários
com deficiência, o USP Legal
(http://usplegal.saci.org.br).
O campus da capital no Butantã (zona oeste), por exemplo,
foi todo mapeado, e parte das
intervenções já foi realizada.
Em uma pesquisa on-line
respondida por cerca de 34 mil
dos mais de 57 mil alunos matriculados na graduação, somente 134 pessoas disseram
ter alguma deficiência. O resultado é parcial, mas já mostra
como esse universo é reduzido.
O número de alunos com deficiência na Unesp também
não é expressivo, apesar de não
haver dados consolidados. Entre as políticas de inclusão, há a
concessão de uma bolsa de
R$ 200 para o aluno deficiente.
Ele poderá ser auxiliado em sala por um colega, que também
receberá R$ 200.
A Unicamp diz que formou
uma comissão em 2006 que está reunindo dados relativos aos
estudantes deficientes.
Próximo Texto: UnB inaugura biblioteca sonora e digital Índice
|