|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RESUMÃO/ ATUALIDADES
E o espírito dos Jogos Olímpicos?
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Mais do que ser uma competição, os Jogos Olímpicos deveriam promover a união entre
os povos. Pelo menos era esse o
objetivo do francês Pierre de
Fredy (1863-1937), o Barão de
Coubertin, organizador das
primeiras Olimpíadas da Era
Moderna, em Atenas (1896).
Mas a história dos eventos
olímpicos nem sempre esteve
comprometida com os ideais
da fraternidade.
Os Jogos Olímpicos foram
também cenário de disputas
entre regimes políticos e entre
ideologias. Conhecida como
"os jogos do nazismo", a Olimpíada de 1936 deveria servir aos
interesses de Adolf Hitler, que
pretendia provar a superioridade da raça ariana. Mas seus
planos fracassaram diante da
vitória dos negros norte-americanos. Jesse Owens superou
seus adversários, conquistando
quatro medalhas de ouro.
No período da Guerra Fria
(1945-1989), serviram aos interesses das potências hegemônicas EUA e URSS. Ambas procuravam somar o maior número de medalhas para referendar
a superioridade do seu modelo
político e econômico. Chegaram até a boicotar o evento
quando se realizava em território inimigo. Foi assim em Moscou, em 1980. Os norte-americanos não compareceram em
razão da invasão que os soviéticos promoveram no Afeganistão, e mais de 60 países aderiram ao boicote.
O troco viria quatro anos depois, em Los Angeles, quando a
URSS cancelou a participação,
alegando falta de segurança.
O espírito olímpico sofreu
mais um golpe com o atentado
terrorista de Munique, em
1972, quando extremistas palestinos do Setembro Negro invadiram a vila olímpica e sequestraram a delegação de Israel. Onze israelenses, entre
técnicos e atletas, foram barbaramente assassinados.
No passado, mais que a consagração do esporte, as Olimpíadas transformaram-se num
palco de disputas políticas. Hoje, preocupados com o marketing olímpico e com o retorno
financeiro dos patrocinadores,
atletas e organizadores conjugam esforços em busca do sucesso. Vitrine privilegiada, as
Olimpíadas, mais que preservar seu espírito original, transformaram-se num megaevento
de propaganda e de marketing.
O mais importante são as marcas, mas não aquelas que desafiam os limites humanos.
Roberto Candelori é professor de
atualidades do colégio Pueri Domus
Texto Anterior: Resumão/Física - Professor Pardal: Energia: calor ou temperatura Próximo Texto: Profissões/Ciências Sociais: Curso envolve antropologia, ciência política e sociologia Índice
|