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CARREIRA
RP é gestor da comunicação
Atuação do relações-públicas vai muito além da promoção de eventos
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Entre as carreiras na área de
comunicação, os estudantes geralmente ficam em dúvida entre jornalismo e publicidade.
Poucos lançam um olhar mais
atento para relações públicas,
ainda que a profissão tenha várias possibilidades de trabalho.
Para a professora do curso de
relações públicas da Unesp
Dalva Aleixo Dias, a profissão
ainda não é totalmente compreendida. "Antes cuidávamos
mais da imagem de uma organização, mas hoje fazemos
mais gestão do que divulgação.
Trabalhamos de implantação e
inserção da organização na comunidade, com pesquisas de
mercado e opinião, até planos
de comunicação e gestão de crise", explica. O trabalho pode
ser feito em empresas, na área
pública ou no terceiro setor.
Algumas vezes, o RP não aparece muito por duas razões: o
profissional se mescla a outros
setores, como recursos humanos ou marketing, ou atua de
forma estratégica, longe dos
holofotes. "O que nos cabe é levantar e definir a identidade da
organização e colocar isso em
forma de mensagem, que vai
para diversos públicos. Como
esse conteúdo vai ser passado
depende mais do pessoal de linha de frente -marketing, jornalistas, designers. O bom RP
não aparece, trabalhamos nos
bastidores."
Margarida Krohling Kunsch,
coordenadora do curso de RP
da USP, diz que a intenção é
formar, cada vez mais, gestores,
estrategistas de comunicação.
"É uma profissão sedutora porque você vai ter que pensar, planejar, ouvir os públicos. E precisa do apoio do pessoal das outras áreas", afirma.
De acordo com a coordenadora, existem 75 cursos de RP
no Brasil, e a área vive um bom
momento. "É um campo estratégico, importante, há mercado, mas muitas vezes com outros nomes."
Joyce Perpétuo, 23, aluna do
quarto ano de RP da Unesp, já
era uma estrategista sem saber,
mas contou com um golpe de
sorte. Ela pretendia cursar jornalismo e resolveu entrar em
RP para depois tentar pedir
transferência, mas se encantou
pelo curso. "Eu era muito ligada à comunicação, gostava de
ler, de escrever, e jornalismo
era a área mais conhecida. No
cursinho, você fica sabendo
mais sobre as profissões tradicionais. Falta muita informação sobre a carreira, que é brilhante e está em ascensão", diz.
O que seduziu Joyce foi a
idéia de trabalhar com todas as
formas de comunicação. "A
gente sempre tem um plano,
uma estratégia. Gostei da possibilidade de poder trabalhar
com a comunicação mais direta, que é a institucional."
Eventos
O profissional de RP foi, durante muito tempo, visto como
aquele que organizava festas e
eventos, mas especialistas afirmam que essa imagem está
mudando. "O evento tem que
ser entendido como um todo,
como parte do mix da comunicação", afirma Margarida. "É
uma atividade muito produtiva, que não pode ser menosprezada, mas não é a única."
A professora Dalva também é
contra o estereótipo. "Nós não
temos mais vergonha de fazer
eventos, mas não fazemos só isso. A visão do promotor de festinha acabou."
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