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Crítica
"Cliente" vence a parada outra vez em "Tootsie"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em seu último filme, Sydney
Pollack e o arquiteto Frank
Gehry (objeto do documentário) falam sobre suas profissões, em que é preciso conciliar
as próprias concepções e as dos
clientes (o proprietário, num
caso, o produtor, no outro).
A fraqueza de Pollack talvez
sempre tenha estado aí. Por isso uma carreira que se anunciou promissora ter murchado,
aos poucos, embora tenha produzido bons momentos.
Vejamos o caso "Tootsie"
(Universal, 10h e 14h; 16 anos).
Nesta comédia, Dustin Hoffman faz um ator desempregado que se disfarça de mulher
para conseguir emprego.
Consegue, e está a caminho
do sucesso total. Sua desgraça:
precisa manter segredo sobre
seu sexo, mas se apaixona pela
bela Jessica Lange.
Muito boa história de travesti, com atores à altura, em um
filme de sucesso. Mas, plano
após plano, Sydney parece se
dedicar a "filmar comédia", isto
é: a fazer planos vulgares, insossos, sem profundidade.
Quem venceu a parada foi,
mais uma vez, "o cliente".
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