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Editora Globo pede indenização em caso de plágio
Esta é a 3ª ação contra a Nova Cultural, processada pela L&PM e que tem 22 traduções apontadas como plágio
Academia Brasileira de Letras manifesta apoio ao movimento de tradutores que já reúne 421 assinaturas contra plágios noticiados
MARCOS STRECKER
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais uma editora está pedindo indenização da Nova Cultural pelo plágio em traduções.
Agora é a editora Globo que está exigindo indenização por danos materiais e morais, ainda
em caráter extrajudicial, sobre
cinco edições plagiadas, incluindo duas traduções do poeta gaúcho Mario Quintana
(1906-1994).
Pela mesma razão a editora
gaúcha L&PM entrou com processo contra a Nova Cultural
em maio passado. A L&PM havia comprado os direitos e relançado edições de "Divina Comédia" e "Madame Bovary",
cedidas pela Nova Cultural
com falsa atribuição de tradutores. No mesmo mês, o crítico
literário Luiz Costa Lima também notificou extrajudicialmente a Nova Cultural, e está
exigindo indenização pelo plágio de sua tradução de "O Vermelho e o Negro", originalmente publicada em 1969 pela antiga editora Brughera.
Todos os casos foram noticiados pela Folha. Até o momento, são contestados 22 títulos da Nova Cultural, publicados na sua coleção "Obras-Primas" entre 1995 e 2002.
No caso da Globo, as edições
são "Tom Jones" (de Henry Fielding, trad. Octavio Mendes Cajado); "Lord Jim" (de Joseph Conrad, trad. Mario Quintana); "O
Vermelho e o Negro" (de Stendhal, trad. Casemiro Fernandes
& Souza Jr.); "Contos" (de Voltaire, trad. Mario Quintana) e "O
Morro dos Ventos Uivantes" (de
Emily Brontë, trad. de Oscar
Mendes). Todos foram publicados pela Nova Cultural atribuindo a tradução a outros nomes.
Segundo Joaci Pereira Furtado, coordenador da Globo Livros, "Globo e Nova Cultural estão acertando acordo extrajudicial em que a primeira deverá ser
indenizada por danos materiais
e morais, além de a segunda retirar de circulação, imediatamente, todas as obras referidas acima. As duas editoras estão negociando valores".
Marco Túlio de Barros e Castro, do Weikersheimer & Castro,
escritório que representa o crítico Luiz Costa Lima, diz que, no
caso de "O Vermelho e o Negro",
três providências estão sendo
solicitadas à Nova Cultural.
Além do pagamento de indenização e da suspensão da comercialização, será exigida a publicação de uma retratação pública na
imprensa.
ABL
O plágio da tradução dos contos de Voltaire tinha sido apontado pela Folha em 15/12/07.
Após a divulgação do caso, um
grupo de tradutores, reunidos
no site http://assinado-tradutores.blogspot.com, organizou um abaixo-assinado que já
conta com 421 nomes. O grupo
conseguiu o apoio da Academia
Brasileira de Letras. Cícero
Sandroni, presidente da entidade, enviou carta à coordenação do grupo dizendo que a
ABL vê com "grande preocupação" os casos noticiados.
Outro lado
A Nova Cultural afirma que
já suspendeu a venda das 22
obras suspeitas e disse que está
procurando as editoras e os tradutores afetados. Solicitada a
informar quais editoras ou profissionais foram procurados,
informou apenas que "este processo continua, caminha bem e
será finalizado até o final do
mês de agosto, pois é composto
de várias etapas, ocasião em
que a Nova Cultural voltará a se
pronunciar sobre o assunto".
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