|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Oscar deste ano dá de 10 a zero no do ano passado
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O ano é de "Avatar", e a mensagem mais provável que a indústria (representada no Oscar) pode mandar ao mundo é:
o futuro é em 3D.
Mas não nos precipitemos.
"Guerra ao Terror", de Kathryn
Bigelow, um desses filmes que
nossos distribuidores, com seu
fino faro para os negócios, lançaram primeiro em DVD (estreia nos cinemas dia 5), está
com tudo, ou quase: nove indicações, como "Avatar", e ainda
a inédita hipótese de uma mulher ganhar, digamos, melhor
direção. Para completar a trama, Bigelow é a ex de James Cameron, o diretor de "Avatar".
Sempre há os que correm por
fora. E, neste ano, em melhor
filme, isso é o que não falta, e
sempre pode sobrar para um
"Bastardos Inglórios" ou para a
animação "Up - Altas Aventuras". Mesmo que não ganhe, a
presença de um filme como
"Distrito 9", que sai dos trilhos
do previsível, indica que colocar dez filmes na principal categoria pode ser uma bela jogada.
A surpresa do ano, não do Oscar, está na categoria de melhor
atriz. Com sua atuação em "Um
Sonho Possível", Sandra Bullock chega enfim a esse estrelato a que parecia prometida no
começo da carreira. Se falhou
naquele momento, realizou-se
como a heroína durona de
"Miss Simpatia", e parece ter se
reencontrado. É verdade que a
competição tem a sempre favorita Meryl Streep, a esfuziante
cozinheira de "Julie & Julia".
Até aqui, Jeff Bridges tem sido uma espécie de unanimidade na categoria de melhor ator,
já ganhou uma pilha de prêmios de todas as tendências e, é
claro, sai favorito por sua atuação em "Coração Louco". Mas o
favoritismo nem sempre quer
dizer muita coisa para o Oscar.
Visto por alguns como surpresa do ano, "Up" não me parece tão surpreendente assim: a
animação é uma arte em ascensão e, não raro, o lugar onde
Hollywood se mostra mais apta
a produzir filmes maduros. Por
falar em maduros, "Amor sem
Escalas" é outro que está indicado em várias categorias capitais e não deve sair de mãos
abanando. Seja como for, uma
coisa desde já é certa: o Oscar
deste ano dá de dez a zero no do
ano passado, um dos mais sorumbáticos da história.
Texto Anterior: "Guerra ao Terror" assusta "Avatar" Próximo Texto: DVDs recuperam toda ira de Sergio Bianchi Índice
|