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Crítica
"Em Direção ao Sul" discute o racismo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Albert é um estranho tipo que frequenta "Em Direção ao Sul" (Cinemax, 18h30, 14 anos). Ele é o gerente de hotel que, em dado momento, proíbe o negro Legba de sentar à mesa junto com as clientes brancas e norte-americanas.
Albert é imediatamente acusado de racismo. Vamos explicar um pouco melhor as coisas. Estamos em Port-au-Prince, Haiti, o "Sul" do título, já que as clientes vêm do Norte, ou seja, dos EUA, para fins de turismo sexual.
Digamos que Legba é o objeto sexual favorito das frequentadoras do hotel. Albert defende-se da acusação. Ele lembrará que sua família, nacionalista, resistiu à invasão norte-americana de 1915.
A invasão mais recente e mais insidiosa é promovida pelo dinheiro. E a ela é bem mais difícil resistir, já que o dinheiro é algo muito forte, como nos lembra Laurent Cantet, excelente autor deste filme, que já prenunciava um futuro vencedor da Palma de Ouro, o que aconteceu, aliás, este ano.
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