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Em Salvador, "Ó Paí, Ó" vira série de TV
As gravações acontecem no Pelourinho, irritando os taxistas e alegrando as fãs de Lázaro Ramos
MANUELA MARTINEZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM SALVADOR
Um ano após o lançamento
do filme homônimo, estão sendo gravados em Salvador seis
episódios da série "Ó Paí, Ó", a
ser exibido pela Globo, provavelmente em setembro. Para
dar autenticidade ao trabalho, a
diretora-geral Monique Gardenberg (a mesma do filme)
exigiu que a locação principal
fosse o Pelourinho, no centro
da cidade.
Lázaro Ramos é Roque, o
protagonista da série, um aspirante a cantor que mora num
cortiço no centro histórico de
Salvador. No intervalo das gravações, o ator interage com os
personagens reais do Pelourinho, como algumas estudantes
que, num dia desta semana,
abandonaram as aulas numa
escola próxima para acompanhar a gravação. "Vocês não
vão para a aula, não?", brinca.
A série traz os mesmos atores
do filme, com exceção de Wagner Moura, substituído por
Matheus Nachtergaele no papel do vilão Queixão. "É a continuidade de uma história que
começou no teatro, foi para o
cinema e agora surge na TV",
diz Lázaro. Na série, assim como no filme, o ator participa da
maioria dos números musicais
apresentados.
Para realizar as gravações, a
Polícia Militar interditou algumas áreas do Pelourinho, o que
provocou irritação de comerciantes e motoristas de táxi. "A
gente paga imposto e quer que
as pessoas tenham acesso às
ruas do Pelourinho", disse o taxista Carlos dos Santos, 54.
Apesar das reclamações, muitos curiosos acompanharam as
gravações. "Você deixa eu tirar
uma foto com o Lázaro Ramos?", indaga Rita da Conceição, 32, que geralmente percorre as ladeiras do centro histórico cobrando de turistas para se
deixar fotografar com seus trajes típicos de baiana.
"O seriado dá um pouco mais
de profundidade no dia-a-dia
dessas pessoas, você mergulha
mais nas particularidades e
idiossincrasias do povo baiano", disse o diretor Mauro Lima, que comanda dois episódios da série, além de ser um
dos roteiristas da adaptação.
Carolina Jabor e Olívia Guimarães dirigem um episódio cada.
As tramas foram criadas por
Guel Arraes e Jorge Furtado,
também responsáveis pela redação final.
Na adaptação para TV, foi
mantida o mesmo caráter regional do filme. Os diálogos,
marcados por gírias baianas e
palavras em iorubá, foram
construídos em conjunto com
os atores do Bando de Teatro
Olodum, que também participam da série. "A gente teve que
mudar muita coisa. porque as
pessoas não estavam entendendo", disse o ator Lyu Alison,
que na trama interpreta o travesti Yolanda. "Ó Paí, Ó" também terá participações de Stênio Garcia, João Miguel, Virgínia Cavendish, Nanda Costa e
Preta Gil.
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