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TELEVISÃO
"AMERICAN IDOL"
"Reality show" musical de maior sucesso nos EUA estréia no Brasil; participantes são destratados em público
Competição ri de astros pré-fabricados
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Os "reality shows" que pipocam
na TV há pelo menos cinco anos
baseiam-se em regrinhas como o
voyeurismo do telespectador e o
desespero pela fama dos participantes. Entretenimento puro sem
nenhum valor artístico, certo?
"American Idol" -que estreou
em 2002 nos EUA e cuja segunda
temporada começa amanhã no
Brasil pelo canal Sony- é um dos
programas mais malandros nesse
sentido, já que se anuncia como
porta de entrada de grandes talentos musicais. A fórmula não é
nada nova, se lembrarmos que o
britânico "Pop Idol" ou o "Show
de Calouros" de Silvio Santos já
faziam isso.
Dessa linhagem, "American
Idol" é o programa mais bem-sucedido. O episódio final da última
temporada teve uma audiência
divulgada de 22,8 milhões de telespectadores, o maior sucesso
daquele verão americano; a segunda temporada arrebatou cerca de 38 milhões de espectadores.
Como no brasileiro "Fama"
(Globo), participantes convivem
durante semanas em uma casa
enquanto participam de aulas de
aprimoramento (canto, expressão corporal etc.). No final, o vencedor grava um disco. Pronto,
mais um astro pré-fabricado.
A primeira temporada deu aos
EUA duas celebridades: a vencedora Kelly Clarkson (que ganhou
cachê de US$ 1 milhão -cerca de
R$ 2,9 milhões- para gravar um
disco) e o vice, o cantor Justin
Guarini. Ganharam também um
filme, "From Justin to Kelly".
A julgar pela audiência nos
EUA, "reality shows" "do bem"
estão na crista da onda, enquanto
outros como "The Osbournes",
politicamente incorretos, perdem
telespectadores.
Nessa lógica, "American Idol" é
o lobo em pele de cordeiro. O humor vem dos três "juízes": a sumida cantora Paula Abdul, o produtor Randy Jackson (que já trabalhou com artistas como Madonna
e Elton John) e o executivo da
BMG Simon Cowell. Esses últimos adoram humilhar os participantes: "Por favor, nunca mais
cante na sua vida", ou "sua voz é
boa, mas você tem uma aparência
horrível demais para um astro".
O canal anuncia que foram cerca de 50 mil inscritos. A lógica parece ser: se não são poucos os que
"pagam mico" em karaokês, por
que não TV?
AMERICAN IDOL 2. Quando: amanhã,
às 21h30, no Sony. A partir de 13/10: seg.
e dom. (21h).
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