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Com teatro, Fernandona "refunda" Paulínia
Em inauguração de sala multiuso e festival de cinema, atriz cita Shakespeare e decreta novo início da cidade
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Para selar a inauguração do
Theatro Municipal de Paulínia
e a abertura, simultânea, do 1º
Festival Paulínia de Cinema, na
noite de sexta passada, a atriz
Fernanda Montenegro, no papel de mestre-de-cerimônias,
invocou Shakespeare: "Há instantes em que somos senhores
do nosso destino", afirmou.
Era um prólogo da atriz ao
agradecimento nominal que
ela faria, em seguida, a Edson
Moura (PMDB), prefeito da cidade, que fica a 118 km de SP,
pela decisão de construir, com
R$ 53 milhões, o bem aparelhado e refinado teatro multiuso.
"Mulher de teatro", como se
definiu, Fernandona disse que,
ainda que possua "igreja, hospital, saneamento, uma cidade
sem teatro não é uma cidade" e
decretou, por fim: "Paulínia é
Paulínia, a partir deste teatro!".
O prefeito entregou o título
de cidadão paulinense ao cineasta Fernando Meirelles,
que apoiou a idéia de erguer na
cidade um pólo cinematográfico e nela rodou, em 2007, cenas
de seu novo filme, "Ensaio Sobre a Cegueira", que abriu o
Festival de Cannes, em maio
passado, e estréia nos cinemas
no próximo mês de setembro.
Em seu agradecimento, Meirelles também citou Shakespeare. O diretor observou que,
com a obra de engenharia, a
municipalidade havia cumprido "a parte mais fácil" do projeto. "O difícil agora é encher essa
caixa com som e fúria", disse.
Coube à música o desafio
inaugural de povoar "a caixa"
de significado. Primeiro, com o
som da velha guarda da Portela,
tema do documentário "O Mistério do Samba", de Carolina
Jabor e Lula Buarque de Hollanda, que teve em Paulínia
sua primeira exibição pública.
Em seguida, o palco abrigou o
show em que a cantora Maria
Rita pede passagem ao samba
para ser sua nova intérprete.
A platéia, de convidados, reagiu timidamente à sugestão de
Maria Rita que o traje de gala
não fosse "um empecilho" ao
desfrute do show. Poucos atenderam o chamado do samba e
sacolejaram seus longos e smokings, "escondidos" nas laterais
da platéia e nos camarotes.
O público passou a ter entrada franca no teatro desde sábado, quando começaram as sessões competitivas do 1º Festival
Paulínia de Cinema, que vai até
o próximo dia 12.
A Secretaria de Cultura divulgou anteontem o destino de
R$ 5,6 milhões à produção de
dez longas, que terão de ser em
parte rodados em Paulínia.
O produtor Hank Levine,
agraciado com R$ 200 mil para
realizar o documentário
"Crianças Abandonadas", que
ele dirigirá, anunciou que o diretor inglês Peter Greenaway
filmará nos estúdios de Paulínia, em 2009. "Temos Hollywood, Bollywood [Índia] e, agora, Pauliwood", disse Levine.
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