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Lado oculto de Samson Flexor é exposto em SP
Mostras no MAC e no Moreira Salles reúnem desenhos e aquarelas, vertentes pouco conhecidas do artista romeno
Flexor foi um expoente da arte abstrata no Brasil; exposições ganharam no país um grande reforço
de coleções nacionais
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Há 60 anos, chegava ao Brasil, depois de expor no país, o
artista nascido na então Romênia Samson Flexor (1907-1971),
para tornar-se um dos expoentes da arte abstrata brasileira.
Em duas mostras, no Museu
de Arte Contemporânea da
USP (MAC) -a partir de hoje
para o público- e no Instituto
Moreira Salles, a partir de amanhã (leia texto sobre ela ao lado), vertentes um tanto desconhecidas da produção desse artista são tematizadas: o desenho e a aquarela.
De fato, as duas exposições
nasceram juntas, no ano passado, e circularam por Moldávia,
França, Romênia e Bélgica.
"Essas exposições foram criadas para comemorar os cem
anos de nascimento de meu
pai, nos locais onde ele viveu",
conta André Flexor, filho do artista e coordenador das exposições. São Paulo é a primeira estação no roteiro brasileiro, que
inclui ainda Rio de Janeiro e
Poços de Caldas.
Para esse circuito nacional as
exposições ganharam um significativo aporte de obras, por
contar com coleções brasileiras, como no caso do MAC, que
possui mais de cem obras de
Flexor, segundo a curadora da
mostra no museu, Carmem
Aranha. "A intenção da exposição que organizamos aqui é
mostrar os pontos de transformação do artista por meio de
seus desenhos", conta a curadora, que selecionou 76 trabalhos do artista.
Dessa forma, em quatro segmentos, a mostra divide a produção de Flexor num sentido
cronológico inverso: começa
por suas últimas obras até chegar ao início de sua carreira.
Apesar de a mostra no MAC
ser essencialmente composta
por desenhos, uma pintura a
óleo pontua o período correspondente em cada um dos segmentos. "O óleo dá uma corporeidade ao processo que pode
ser visto no desenho", conta
Aranha, ao apontar "Carrasco",
de 1968, a primeira pintura da
mostra, como um bom exemplo dessa visualidade.
"Carrasco" faz parte do segmento denominado Organismo, no qual o artista, conhecido especialmente pela abstração, retoma o tema da figura.
Concisa, a mostra busca expor
o processo de criação por meio
de "um diário gráfico para a
construção do pensamento espacial", segundo sua curadora.
SAMSON FLEXOR - A DOBRA DO
DESENHO
Onde: Museu de Arte Contemporânea
da USP (rua da Reitoria, 160, tel. 0/
xx/11/3091-3039)
Quando: de ter. a sex., das 10h às 18h,
sab. e dom., das 10 às 16 h. Até 21/9
Quanto: entrada franca
Classificação indicativa: livre
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