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Minissérie "Maysa" terá estrutura não-linear
"O volume de informações era coisa de novela", diz autor Manoel Carlos
Produção sobre a cantora estréia em janeiro do ano que vem na Rede Globo e começa a ser gravada na terça-feira, no Rio
CAIO JOBIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
"Hoje em dia, a coisa mais fácil que existe é não ser", disse a
cantora e compositora Maysa,
em idos dos anos 70, em especial produzido pela TV Cultura.
Difícil é ser Maysa. "A maior
dificuldade foi achar alguém
para interpretá-la", diz Jayme
Monjardim, diretor e filho da
cantora (1936-77), após a apresentação do elenco de "Maysa",
minissérie que a Globo começa
a gravar na terça, no Rio, e que
estréia em janeiro de 2009.
O desafio caberá à atriz gaúcha Larissa Maciel, 30. Desde
fevereiro ela vem sendo preparada para viver Maysa.
"Fiz aula de corpo, e foi quando vivenciei todas as transformações pelas quais ela passou
dos 15 aos 40 anos", diz Larissa.
Ela teve ainda aulas de canto e
preparação vocal. "Não era só
aprender a cantar, e sim cantar
como Maysa. Fiz um trabalho
de voz para deixar minha voz
mais próxima à dela. Aprender
como ela falava, o ritmo, a respiração, tudo faz diferença."
A música, claro, terá destaque na minissérie escrita por
Manoel Carlos, mas, segundo
Monjardim, "não veremos a
cantora, veremos sua alma".
Embora pretenda manter distanciamento emocional, ele
não nega que suas memórias
pessoais tenham influência sobre o trabalho. Cita, por exemplo, a última imagem que guardou de sua mãe e que será retratada. "Viajei, e fizemos uma
linda despedida no aeroporto.
Essa cena será a última da minissérie. O Maneco deu um banho, nosso diálogo foi bem parecido com o que ele escreveu".
A escolha de seus filhos, Jayme Matarazzo, 22, e André Escobar Monjardim Matarazzo,
10, para viverem ele próprio na
TV confirma o grau de envolvimento. "Lancei tantas pessoas,
por que não o meu filho se ele
tem condições de fazer?"
Manoel Carlos optou por
uma narrativa não-linear, com
idas e vindas no tempo, para
condensar a história de Maysa.
"O volume de informação que o
Jayme e minha pesquisadora
me mandaram era coisa para
novela", conta.
A minissérie, com atores saídos do teatro e cuidados técnicos cinematográficos, não deve
ficar só na TV. Orçada em R$ 9
milhões, pode ser reeditada para virar filme depois da estréia.
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