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TELEVISÃO
Crítica
Capra cria protótipos de homens públicos
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Ninguém deve condenar um
filme por "fazer caricatura" de
alguém ou alguma coisa antes
de ver as obras de Frank Capra,
como "A Felicidade Não se
Compra" (TCM, 22h; livre).
Pois Capra não faz senão caricaturas. O banqueiro (Lionel
Barrymore) que só quer a empresa imobiliária de que toma
conta trabalhando exclusivamente para dar lucros fenomenais não é senão uma caricatura. Seu oponente (James Stewart) julga que a empresa deve
confiar nas pessoas e servir
à população.
Podemos dizer que é outra
caricatura. Mais justo, no entanto, é perceber que aí estão
protótipos perfeitos do que
imaginamos como homens públicos -bons ou maus. É improvável que algum deles exista
em estado puro. Pouco importa. O essencial é que entendemos vendo este filme, mais do
que qualquer outro, o que é o
bem comum e o que não é. E
olha que esse nem é o assunto
principal do filme, que vem
com a questão: o que é e quanto
vale a vida de um homem?
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