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ANIMAÇÃO
Lançamentos incluem "Homem-Aranha", "Peter Pan" e japoneses
Novos desenhos turbinam férias
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
As férias chegaram e, com elas, a
chance de colocar em dia aquela
penca de lançamentos recentes
que você não havia conseguido
ver antes. Nada de filmes cabeça,
o negócio aqui é desenho animado -e derivados.
Começando pelo "derivados" e
aproveitando a onipresença do
personagem nos cinemas, a Columbia colocou nas prateleiras
um pacote suculento de novidades, como a edição tripla de luxo
do primeiro "Homem-Aranha"
(R$ 43,50).
Esqueça o filme -afinal, se está
lendo esse texto, provavelmente
era um dos primeiros na fila na
estréia da adaptação, em 2001-,
o que interessa na caixa é a avalanche de extras. Além dos conhecidos depoimentos do diretor e
elenco, há dois bons documentários sobre a produção. Fora isso,
tem galeria de personagens, arquivo das histórias em quadrinhos... Enfim, uma espécie de "tudo o que você queria saber sobre o
Aranha, filme e gibi, mas nunca
teve coragem de perguntar".
Ainda no universo do cabeça de
teia, acaba de chegar aos DVDs
nacionais a primeira temporada
completa da nova série animada
do personagem, produzida no
ano passado pela Adelaide Productions (R$ 40,90, dois discos).
Produzido por Avi Arad, o homem por trás de todas as adaptações da Marvel para os cinemas, e
Brian Michael Bendis, um dos
melhores roteiristas de quadrinhos da casa, o seriado dá uma repaginada no visual e no próprio
mundo do nerdão Peter Parker.
Mas esqueça os livros debaixo
do braço, o cabelinho penteado
pela tia May e os óculos de aro de
aço do personagem criado por
Stan Lee e Steve Ditko, nos anos
60: nosso herói assemelha-se agora a um galã de seriado do canal
Sony, trocou os livros por um laptop e carrega até um tocador de
MP3 -lotado de faixas de música
eletrônica. Também os vilões espalhados pelos 13 episódios, alguns conhecidos, outros nem um
pouco, ganharam um novo trato.
Dr. Connors, o Lagarto, está
mais assustador; Electro deixou a
fantasia "cheguei" para trás; e o
Rei do Crime, quem diria, está envolvido no roubo de um chip que
permite interceptar transmissões
via satélite de informações sobre o
mercado financeiro!
Do outro lado do mundo, surgem dois novos animês (as animações japonesas) de dois mestres do gênero no país: "Tokyo
Godfathers", de Satoshi Kon, e
"Memories", de Katsuhiro Otomo (R$ 41,90 cada um).
Lançado no ano passado nos
EUA, o filme de Kon foge a qualquer categorização que o termo
animê possa sugerir. Não há personagens que voam nem lutas de
espada, muito menos crianças de
cabelo colorido. "Tokyo Godfathers" é talvez o mais europeu a
que o cinema japonês possa ter
chegado, contando a história de
três sem-teto que encontram um
bebê abandonado na rua no dia
de Natal e resolvem adotá-lo.
"Quem pagaria para ver um filme cujos personagens principais
são um homem de meia-idade,
uma estudante desajustada e uma
drag queen aposentada?", brinca
um entrevistador nos extras do
DVD. A heterodoxia dos personagens e o perfeccionismo da Tóquio animada por Kon fazem de
"Tokyo Godfathers" uma ótima
pedida, inclusive para aqueles que
juram não ter a mínima quedinha
pela animação japonesa.
Por fim, o pai do animê moderno, Katsuhiro Otomo, o diretor de
"Akira" (1988), filme que revolucionou a estética e a temática do
gênero, chega outra vez ao Brasil
por meio de "Memories", DVD
que compila três médias-metragens produzidos em 1995.
Ainda que assine a direção apenas de "Cannon Fodder", história
de uma cidade que tem como único objetivo disparar contra inimigos desconhecidos, as marcas de
Otomo estão por toda a parte nos
outros dois filmetes, "Magnetic
Rose", de Koji Morimoto, e "Stink
Bomb", de Tensai Okamura: horror, política e ficção científica para
fã nenhum botar defeito.
Por fim, há também o novo "Peter Pan", de P.J. Hogan. Lançada
no ano passado nos cinemas, a superprodução australiana é a primeira versão com atores reais e
som na história do personagem
no cinema, que estreou em 1924 e
desde então teve várias adaptações incluindo o famoso desenho
da Disney, de 1953.
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