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Crítica
Espírito de cruzada guia obra de DeMille
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Os que reclamam de George
W. Bush e seu espírito de cruzada devem saber, em todo caso,
que isso não começou com ele.
Antes, houve Cecil B. DeMille,
cuja bem-sucedida carreira foi
bastante maculada por sua participação na caça às bruxas.
Bem, para quem duvida de
que DeMille seja um cineasta
de Deus (e do Ocidente), hoje o
canal TCM dedica-lhe o dia,
desde a matinê, que traz "As
Cruzadas" (15h20) e, em seguida, "Jornadas Heróicas"
(17h30) (ambos não recomendados para menores de 12
anos). O segundo, uma versão
de Buffalo Bill, é esclarecedor,
porque o mesmo espírito de supremacia branca e cristã se manifesta num faroeste (em "As
Cruzadas", essa superioridade
é quase de ofício).
Quando chegamos ao setor
noturno, um filme como "Os
Dez Mandamentos" (22h; livre) remete aos primórdios da
civilização judaico-cristã para
confirmar que com nosso Deus
ninguém pode. A "Cleópatra"
(classificação indicativa não informada) de 1934 (1h45) fecha
a noite demilleana.
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