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POPLOAD
Olhando para a frente
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Um passo para trás, dois para
frente. Alguém na Inglaterra
teve a genial idéia de armar a turnê "Don't Look Back", uma série
de shows em duas casas de Londres mostrando uma banda bacana tocando ao vivo um álbum
clássico de sua discografia, da primeira à última faixa.
O lendário Stooges, de Iggy Pop,
abre a série no dia 30 de agosto,
com a performance de cabo a rabo do discaço "Fun House", de
1970. Na seqüência, o grande Mudhoney, um dos pilares do som de
Seattle, lembra ao vivo o disco
"Superfuzz Bigmuff", clássico do
começo dos anos 90. Para você ter
uma idéia, o show abre com o hino "Touch me I'm Sick". No dia
17 de setembro, a fofa Cat Power
vai desfilar todas as músicas de
seu "The Covers Record", disco
em que ela fez versões "gata" para
canções famosas dos Stones,
Dylan e Velvet Underground. O
show de 25 de setembro é de chorar. O amado grupo escocês Belle
& Sebastian toca da faixa 1 a 10 as
músicas de seu segundo disco, "If
You're Feeling Sinister". Em seu
site, o grupo afirmou que a performance ao vivo de tais músicas
do final dos 90 soa bem melhor
hoje do que como está no CD.
Já pensou alguém pegar esse
projeto e abrasileirá-lo?
Imagina um show dos Secos &
Molhados tocando o primeiro
disco na Funhouse. Ou os Mutantes tocando o álbum de 1978 na
Obra, em BH...
Loucuras de setembro
E de agosto e de outubro.
O bastidor da música está pegando fogo. Se tudo sair como
programado, vamos ter o melhor
ano de shows de todos os tempos.
Só em setembro serão quatro festivais. Agosto vai ter um evento
indie de peso, se nada der errado.
E em outubro... Dá para falar o seguinte:
Na semana que vem, o Campari
Rock, festival organizado, entre
outros, por este colunista e que
acontece de 8 a 13 de agosto em
São Paulo, deve anunciar seu line-up oficial. E uma pequena superbanda, que tocou no último Coachella Festival, pode aparecer na
lista.
A coisa foge do controle em setembro e vira uma guerra de celulares. O querido festival de Curitiba assume nova data e novo nome
e abre a folia rock do mês logo no
dia 2 e 3. Atrações em breve. O
Nokia Trends escanteia a parceria
com o Sonar, se posiciona na segunda semana e, parece, fechou
com o DJ americano Moby. O
Claro que É Rock trabalha com
duas linhas de bandas, uma consagrada tipo Foo Fighters, uma de
nomes emergentes tipo Bloc
Party, e deve acontecer nos dias 17
e 18. Na mesma data, provavelmente, a capital federal vê o Brasília Rock Festival. E, quietinho, o
Tim Festival (final de outubro/começo de novembro), prepara o
melhor: já teria asseguradas as
presenças da ótima M.I.A. (com o
DJ parceiro Diplo), Franz Ferdinand, Interpol e Kasabian.
Sem falar dos shows do White
Stripes aqui, daqui a três semanas.
Pires
Me contaram a seguinte história. Diz que o Humberto Gessinger estava caminhando dia destes
pelas ruas de Porto Alegre e encontrou um velho amigo:
- Opa, e aí?
- Beleza. E tu?
- Está sabendo que eu tô com
uma banda nova bem legal?
- Não. Que bacana! Quem toca
nela? Tem nome, já?
Daí o sujeito descreveu o som,
falou quem tava na banda e disse
o nome dela:
- A banda se chama Pires!
O papo continuou, o Humberto
ouviu tudo bonitinho, mas teve
que dizer pro amigo:
- Escuta. Você tem que mudar
esse nome. Pires não dá. Não pega
bem como nome de grupo.
O líder da banda chamada Engenheiros do Hawaii se mostrou
chocado porque o amigo estaria
usando um sobrenome para batizar seu grupo novo.
- Não, Pires não é sobrenome.
É do verbo "pirar". Tipo "quero
que tu pires". Não achou legal?
Outra coisa. Pode beirar o insólito e o improvável.. Mas não ficou
ruim a sampleada de Legião Urbana que o Gabriel, o Pensador
fez em "Palavras Repetidas", recriando a quixotesca "Pais e Filhos", um dos maiores hinos do
rock nacional. Até que enfim alguém dentro da tosqueira da música mainstream brazuca fez com
certa decência o que os Racionais
MCs ensinaram no magistral "Sobrevivendo no Inferno".
@ - lucio@uol.com.br
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