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Primeiro canal gay da TV paga ficou "escondido"
DA REDAÇÃO
O primeiro canal gay da TV
paga brasileira está no ar desde
2001, mas pouca gente sabe disso. Distribuído pela Tecsat,
operadora via satélite com cerca de 100 mil assinantes, o GLS
TV só saiu do armário há duas
semanas, quando a DirecTV
anunciou o G Channel com o
marketing de "primeiro canal
gay" do Brasil.
A Sat América, empresa que
empacota o GLS TV, contratou
uma assessoria de imprensa
para posicionar o canal como o
pioneiro de fato na transmissão de filmes gays "hardcore".
Esse tipo de atitude, de esconder determinados produtos, é comum a todas as programadoras e operadoras de canais de sexo explícito, principalmente os dirigidos ao público homossexual.
Quem acessa o site da Globosat (www.globosat.com.br),
maior programadora brasileira
(dos canais GNT, Telecine e
Multishow), não encontrará na
página inicial nenhuma referência ao Sexy Hot, o canal de
sexo (heterossexual) mais visto
do país. Sim, o Sexy Hot é da
Globosat, mas a programadora
da Globo faz questão de não
alardear isso.
A Globosat, por sinal, está há
quase um ano trabalhando em
um projeto de canal gay, para
ser lançado em 2005.
Já foram feitos alguns estudos financeiros e de programação do canal. O projeto foi desenvolvido em sigilo até mesmo para o restrito mercado de
TV paga. Apenas há duas semanas veio a público, em reportagem na Folha.
No início deste mês, a DirecTV teve que trabalhar sozinha na divulgação do G Channel. A empresa que programa o
canal, a programadora argentina Claxson, não fez nenhuma
divulgação. Seus executivos se
recusaram a dar entrevistas falando do canal.
Crescimento
O G Channel e GLS TV são
oferecidos em sistema "pay-per-view" (pague para ver).
Trazem filmes pornográficos
produzidos no Leste Europeu e
nos Estados Unidos. Paga-se
até R$ 29,90 por fim de semana
para assiná-los.
O mercado de TV paga começa a despertar para conteúdos dirigidos ao público homossexual. A Globosat estima
que o canais gays têm potencial
de atingir 20% dos assinantes
do país, algo em torno de 700
mil domicílios.
Esse público interessa às programadoras e operadoras porque, acreditam essas empresas,
tem alto poder aquisitivo. Ou
seja, podem gastar mais do que
a mensalidade da assinatura
com produtos extras, como os
canais de filmes eróticos homossexuais.
A oferta de canais e programas gays à la carte deve aumentar no segundo semestre
deste ano, quando as principais
operadoras de cabo (Net e
TVA) começam a digitalizar
suas redes.
Com a digitalização, elas poderão oferecer até o triplo de
canais que hoje tornam disponíveis. E darão prioridade a
produtos que possam gerar receitas adicionais, como os
"pay-per-view" de filmes gays.
Por enquanto, tudo o que as
empresas de TV paga brasileiras vêem nos homossexuais
são ávidos consumidores de sexo explícito. Nos Estados Unidos, isso está mudando. A Viacom, que detém a MTV, prepara-se para lançar em fevereiro o
Logo, canal que será baseado
em entretenimento para gays,
não em "sexo ou sexualidade".
(DANIEL CASTRO)
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