São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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ORQUESTRA ESPIRITUAL

Em 3º álbum, Mariana Aydar grava com grupo de percussão e sopros canções compostas após meditação

Alexandre Rezende/Folhapress
A cantora Mariana Aydar

MARCUS PRETO
SÃO PAULO

Antes de começar a pensar no que viria a ser este seu terceiro álbum, Mariana Aydar passou um período em retiro espiritual, no meio do mato.
Ali, por três dias, não podia falar nem cantar. Comia e dormia só o indispensável.
A situação limite teve efeito imediato. Assim que abriu a boca de novo, as canções lhe começaram a brotar. Em dez dias, compôs, inteiras ou em partes, mais de 30. Um refrão se repetia: "Cavaleiro selvagem, aqui te sigo". Veio daí o nome do disco.
O cavaleiro, diz Mariana, parecia estar com ela e seus músicos como um guia "do que importa", "da mensagem que eu deveria passar".
A segunda parte da canção "Cavaleiro Selvagem" foi escrita pelo rapper Emicida.
"Sozinha, eu não conseguia sair daquele refrão", diz. "Cheguei a ligar pro Carlinhos Brown, mas lembrei que o Emicida consegue começar e acabar qualquer coisa."
Além dessa, apenas outras quatro faixas do álbum são assinadas por Mariana.
As outras oito se dividem entre regravações e canções compostas especialmente para ela. Do último caso, o fado "Porto" (Romulo Fróes/Nuno Ramos) já estava em suas mãos desde o disco anterior.
Mariana diz que não sabia interpretar a canção até ir a Portugal e ver de perto fadistas "cantando de olhos fechados, sem medo de ser tristes". Resultou em uma das faixas mais pungentes do CD.
Todas as regravações traçam uma espécie de biografia musical de Mariana.
"Passionais" (Dante Ozzettti/Luiz Tatit) faz a ponte com o tempo em que atuava como backing vocal. "Vai vadiar" (Alcino Corrêa/Monarco), sucesso de Zeca Pagodinho que ela refaz em levada mais lenta, remete ao início da carreira solo, focada em samba.
"Preciso do Teu Sorriso" (João Silva), ao forró da primeira banda em que tocou. E ao documentário sobre o músico Dominguinhos, que ajuda a produzir agora.
A adolescência dos carnavais da Bahia surge na coprodução (com Duani Martins) de Letieres Leite, líder do Orkestra Rumpilezz, grupo baiano de sopros e percussão.
"O cara que bate o tambor na Rumpilezz é o mesmo que batia pra Mãe Menininha do Gantois", ela diz.
"Existe um comprometimento não só musical, mas espiritual. Era essa a energia que eu queria."

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ARTISTA Mariana Aydar
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