São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2011 |
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CRÍTICA DOCUMENTÁRIO Coutinho cria beleza até com canções desafinadas PEDRO BUTCHER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO O musical, com sua exigência por um desapego completo do "efeito de realidade" do cinema, foi o gênero que mais envelheceu e mais sofre a resistência das plateias atuais. Mas, quem sabe, a experiência de ver -e ouvir- "As Canções" não possa diminuir um pouco a estranheza que os arroubos cantados no meio da ação provocam hoje. No documentário, Eduardo Coutinho traz para o centro aquilo que era um elemento periférico em alguns de seus filmes, nos quais alguns entrevistados cantavam para espantar seus males. O cenário repete "Jogo de Cena": um palco e uma cadeira. Fora de quadro, o diretor pede para os entrevistados cantarem uma canção. Jorram memórias, quase sempre ligadas a corações partidos. "As Canções" guarda a simplicidade aparente dos filmes do diretor, que sempre se desdobram em complexos jogos de encenação e identificação. Aqui, com uma diferença crucial: a premissa transforma o filme num inusitado documentário musical. Música é afeto e uma forma de catarse e expiação. Coutinho desarma o espectador e o prepara para encontrar beleza naquela canção cantada por aquela pessoa daquela forma -em geral, sem afinação ou ritmo. AS CANÇÕES DIREÇÃO Eduardo Coutinho PRODUÇÃO Brasil, 2011 QUANDO hoje, às 17h, no Odeon Petrobras; amanhã, às 13h, no Pavilhão do Festival; e dias 15, às 15h40 e às 20h, no Estação Vivo Gávea; 16, às 19h, no Cinema Nosso, e 18, às 18h, no Ponto Cine CLASSIFICAÇÃO livre AVALIAÇÃO ótimo Texto Anterior: Canção de Chico sobre separação inspira drama Próximo Texto: Teatro: Jô Soares estreia peça sobre as agruras sexuais de Denis Diderot Índice | Comunicar Erros |
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