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TELEVISÃO
"As 50 Leis do Amor", escrito pelos mesmos autores do extinto seriado, também explora formato com esquetes
"Fantástico" acolhe novo "Os Normais"
CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO
É como se Vani estivesse grávida de Rui, esperando o filho para
breve, um domingo de março. No
próximo dia 28, a Globo coloca no
ar o primeiro "filhote televisivo"
do seriado "Os Normais", um dos
maiores sucessos de audiência da
emissora, que terminou no ano
passado e neste ano deve ganhar
seu segundo longa-metragem.
O filhote chama-se "As 50 Leis
do Amor" e, pelo menos no início,
virá em forma de um quadro no
"Fantástico". É escrito pela dupla
criadora de "Os Normais", o casal
Alexandre Machado e Fernanda
Young, e dirigido por José Alvarenga Jr., diretor do seriado. Vai
misturar o formato "sitcom" com
esquetes vistos nos programas de
humor tradicionais, como os antigos "Satiricon" e "Faça Humor,
Não Faça Guerra".
"Não acho que o quadro seja semelhante aos "Normais", mas é
compreensível que as pessoas façam comparações e tenham expectativas. Claro que há algumas
semelhanças, como um humor de
observação das pessoas urbanas.
Mas a gente quer fazer coisas diferentes, testar novos formatos. Se
houver semelhanças com "Os
Normais", que sejam semelhanças
boas", diz Machado.
Em "As 50 Leis do Amor", que
até o final da semana já terá os seis
primeiros episódios gravados,
Tadeu é um ator, vivido por Diogo Vilela, que é convidado para
apresentar um quadro no "Fantástico" sobre o amor. Para ajudá-lo na tarefa, resolve chamar seus
"dois grandes amores": sua atual
e sua ex-mulher, ambas atrizes,
que se odeiam e são vividas respectivamente por Andréa Beltrão
e Débora Bloch.
O quadro é dividido em três
partes, e nas três é visível o mesmo tipo de humor contido em
"Os Normais". Na primeira, o trio
apresenta -em meio a brigas veladas- a "lei do amor" do dia.
Age como se estivesse de fato (e
está) apresentando um quadro no
dominical da Globo.
Na segunda parte, são encenadas (pelo trio de atores que representa um trio de atores) as esquetes sobre situações cotidianas envolvendo amor, relacionamentos
e afins. "E a terceira parte é uma
espécie de documentário. Filmamos como se fosse um bastidor
do quadro, com os três batendo
papo no camarim, discutindo
seus relacionamentos, suas diferenças, sempre com os atores
agindo naturalmente e improvisando", explica Alvarenga.
Por mais que os autores queiram distanciar o quadro do seriado, o telespectador acostumado
com o casal vivido por Fernanda
Torres e Luís Fernando Guimarães poderá rever as situações típicas da série, envolvendo discussões de detalhes íntimos dos casais, piadas escatológicas etc. A
maior diferença, talvez, venha do
tom das piadas.
"Acho ótimo as pessoas esperarem um segundo "Normais". E para mim é um avanço isso acontecer dentro do "Fantástico'", afirma o diretor, referindo-se à diferença do perfil da audiência de
"Os Normais", exibido nas noites
de sexta, e do "Fantástico", com
perfil mais familiar.
Em "As 50 Leis", os autores tiveram que tomar cuidado para dar
ao texto e às piadas um tom mais
leve que o do seriado. "A gente
tem um objetivo, que é testar limites. É nosso estilo pessoal, é uma
coisa boa que a gente pode oferecer. Claro que estamos procurando tomar alguns cuidados", diz
Machado.
Para Fernanda Young, "é preciso tomar mais cuidado ao escrever, mas as pessoas sabem que
nosso trabalho exige uma certa
maturidade do telespectador".
Diretor artístico do "Fantástico", Guel Arraes esteve nas gravações do quadro na última semana
para supervisionar o conteúdo
dos textos. "Não adianta fazer e
depois não poder colocar no ar
porque não é adequado ao horário. Temos total liberdade da
emissora, não há censura prévia,
mas é preciso ter cuidado e sutileza", diz Alvarenga.
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