|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Personagem de Clint Eastwood resume o Japão
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Falar de "Cartas de Iwo Jima" (HBO Plus, 22h; não recomendado para menores de 14
anos) é que nem chover no molhado. Todo mundo sabe que
hoje existe uma distância abissal entre Clint Eastwood e a
quase totalidade dos diretores
americanos (e mundiais).
Assim, não é de espantar que
seus últimos filmes tenham
suscitado tanta oposição. Passamos a apreciar antologias de
lugares-comuns vitaminadas
por efeitos especiais e alguma
empáfia. Como devemos nos
comportar diante do trabalho
honesto de um cineasta que, ao
tratar a história de seu país, vai
até o inimigo, os japoneses, para observar seu comportamento numa das mais sangrentas
batalhas da Segunda Guerra?
É isso que Clint faz. Busca
compreender o outro não por
uma política de boa vizinhança,
mas por curiosidade. E a heróica resistência nipônica nos diz
muito tanto sobre o que foi a
guerra no Oriente, como sobre
o ressurgimento do império
após a derrota. O caráter de seu
comandante em Iwo Jima resume em boa medida o Japão.
Texto Anterior: Televisão / Entrevista: "Provocações" recebe Wagner Moura Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|