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Televisão/Crítica
Mais que "boom", cinema reflete universalização
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe um "boom" hispânico no cinema internacional? É improvável. O que existe é a internacionalização do cinema. Nossos pruridos nacionais parecem hoje fantasmas de outros séculos.
Para as companhias, pouca diferença faz que "O Labirinto do Fauno" (HBO, 17h50; 12 anos), por exemplo, seja mexicano, espanhol ou tailandês: só importa que esteja num formato capaz de não desgostar os freqüentadores das salas.
No "Labirinto" de Guillermo del Toro existe, com efeito, esse quê hispânico, um certo barroco, uma certa herança, na concepção do fantástico, da Guerra Civil espanhola, misturada a uma fantasia de contos de fada e a efeitos especiais um tanto rústicos. O filme emplacou loucamente, concorreu a vários Oscars, levou alguns. A mim, pessoalmente, não comove nem um pouco.
Outro é o caso de "A Menina Santa" (TC Cult, 22h; 14 anos), de Lucrecia Martel. Este é argentino e ignora a estética dos multiplex. Eu, pessoalmente, adoro.
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