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FILMES
TV ABERTA
Ambientação é o destaque em filme de Altman
007 - O Espião que Me Amava
SBT, 12h.
(The Spy Who Loved Me). Inglaterra,
1977, 125 min. Direção: Lewis Gilbert.
Com Roger Moore, Barbara Bach, Curd
Jürgens. Em fase de arrefecimento da
Guerra Fria, Bond faz dupla com a agente
russa Barbara Bach, combatendo o
perigo nuclear representado pelo vilão
megalomaníaco Curd Jürgens. Um 007
apenas ok.
O Professor Aloprado 2 - A
Família Klump
Globo, 13h20.
(Nutty Professor 2 - The Klumps). EUA,
2000, 106 min. Direção: Peter Segal. Com
Eddie Murphy, Janet Jackson. A
vulgaridade continua a dar o tom nessa
seqüência, na qual Eddie Murphy
interpreta múltiplos personagens. De
todo modo, trata das aventuras de
Buddy Love, alter ego do tímido prof.
Klump. Há ocasiões em que o humor e a
perspicácia compensam a vulgaridade.
Não é o caso aqui.
Terra do Mar
Cultura, 16h30.
Brasil, 1997. Direção: Eduardo Caron e
Mirella Martinelli. Documentário sobre a
cultura das comunidades litorâneas do
norte do Paraná e do sul de São Paulo,
que vivem essencialmente da pesca. Os
realizadores vêm de experiências bem-sucedidas na área do curta-metragem, e
aqui dedicam-se ao documentário
antropológico, com ênfase no ritmo de
vida particular dos habitantes e nas
relações entre cultura e natureza.
Kazaam
Record, 20h50.
(Kazaam). EUA, 1996, 92 min. Direção:
Paul Michael Glaser. Com Shaquille
O'Neal, Francis Capra. Garoto perseguido
por gangue de adolescentes descobre
lâmpada mágica com Shaquille O'Neal
dentro, como uma espécie de gênio que
irá conceder os tradicionais três desejos.
Shaquille é bom para jogar basquete.
Aqui, só bola fora.
Falando pra Cachorro
Bandeirantes, 20h50.
(Paws). Austrália/Inglaterra, 1997, 83
min. Direção: Karl Zwicky. Com Emilie
François, Nathan Cavaleri. Cachorro
inteligentíssimo detém o segredo sobre
uma fortuna guardada por seu dono.
Mas vilões fazem o possível para botar a
mão no dinheiro. Não vai longe.
O Soldado do Futuro
SBT, 22h30.
(Soldier). EUA, 1998, 98 min. Direção:
Paul Anderson. Com Kurt Russell, Jason
Scott Lee, Gary Busey. O sargento Todd
(Russell), soldado humano, tornou-se é
uma espécie de relíquia no ano 2036,
quando novos soldados, produtos da
engenharia genética, ocupam o lugar
dos velhos guerreiros. Depois de ser
deixado ao léu para morrer por seus
sucessores, no entanto, Todd terá
oportunidade de mostrar o quanto vale
um humano.
Nova York Sitiada
Globo, 0h05.
(The Siege). EUA, 1998, 120 min. Direção:
Edward Zwick. Com Denzel Washington,
Annette Benning, Bruce Willis.
Terroristas plantam bombas por toda
Nova York. Os atores principais
representam instituições que se batem
de diferentes maneiras para encontrar os
terroristas e desarmar as bombas,
quando não estão se batendo entre si.
Para ver e esquecer rapidinho.
Onde os Homens São Homens
Bandeirantes, 0h40.
(McCabe and Mrs. Miller). EUA, 1971, 121
min. Direção: Robert Altman. Com
Warren Beaty, Julie Christie. Sem
conhecer o negócio, McCabe adquire
bordel numa vila do Oeste. Mrs. Miller
prontifica-se a ajudá-lo. O negócio
prospera. Surgem, então, os problemas.
O forte do filme é a ambientação, nada
convencional. Mas o desenvolvimento é
meio decepcionante, para o que se pode
esperar de Altman. Ainda assim, a
conferir.
(IA)
TV PAGA
John Ford combate a barbárie pela última vez
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há quem lembre dos filmes
de Valerio Zurlini pela tristeza, e com razão. Mas não sei se
existe filme mais triste do que
"Sete Mulheres" (Futura, 16h).
Não é nem um dos trabalhos de
John Ford que tenham mais prestígio, sendo mais lembrado por
ser seu último filme. O que terá levado o velho Ford a trocar a segurança do faroeste pela China é
quase irrelevante. Mas por que esse grupo de missionárias passa
por um destino tão infame?
A saber, elas são atacadas por
um grupo de guerreiros mongóis,
que não são conhecidos pela delicadeza ou cavalheirismo.
Antes disso, Ford afunda-se em
ambigüidades. O que fazem aquelas crianças chinesas sob os cuidados de missionárias ocidentais?
Perguntamos todo o tempo, e
Ford também devia se perguntar,
que diabo fazem os ocidentais que
sempre querem submeter outros
povos a seus costumes e crenças.
Essa é a questão central da história e, me parece, é a que podemos vislumbrar em Anne Bancroft, no seu gesto final. Gesto heróico, mas que traz tanto a marca
do altruísmo e da renúncia quanto da percepção de que o homem
branco ocidental não compreendeu ainda a diversidade cultural.
Em termos de faroeste, Ford havia feito essa crítica em relação ao
tratamento dado aos índios. Aqui,
a crítica pode ficar um tanto oculta devido à barbárie dos guerreiros mongóis. Pode parecer que se
sugere a conquista territorial, e
aliás essa é a primeira impressão
que o filme deixa. Mas levando
em conta o histórico de John Ford
nos anos 60, essa outra leitura talvez seja a que mais dá conta das
intenções e dos sentimentos do cineasta americano: o sentimento
de solidão das mulheres corresponde a um Ford cada vez mais
pessimista e pouco paciente com
as barbáries de seu próprio povo.
SETE MULHERES. Quando: hoje, às 16h,
no Futura.
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