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Ciclo de palestras debate a fotografia hoje no mundo
Fotógrafos e especialistas falam sobre questões como autoria e
digitalização a partir de hoje na Fnac Pinheiros, em São Paulo
Evento terá curadoria da produtora Cia de Foto e conta ainda com exposição na galeria Vermelho, que será aberta amanhã
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Por que fotografamos? É em
torno dessa questão que a Semana da Fotografia 2008 percorre São Paulo de hoje a domingo. Com ciclo de palestras e
uma exposição (veja texto nesta página), é o grande evento do
gênero no Brasil.
A Semana terá como sede
principal a Fnac Pinheiros
(pça. dos Omaguás, 34, São
Paulo; tel. 0/xx/11/3579-2000). A entrada é gratuita.
As conversas terão início às
18h, com lançamento da revista
"FS/Clix". Às 19h30, Lesley
Martin fala sobre seu trabalho
de curadora. Ela foi responsável por mostrar no NY Photo
Festival uma exposição com artistas que trabalham com apropriação de imagens.
Amanhã, a artista Giselle
Beiguelman comanda mesa sobre imagem na web 2.0 (às
16h30), enquanto a pesquisadora e fotógrafa inglesa Jane
Maxwell contextualiza as produções contemporâneas brasileiras e britânicas, ao lado da fotógrafa Rochelle Costi (às 19h).
Eugenio Bucci, Maria Rita
Kehl e Patricia Gouvea falam
na quarta-feira sobre o tema "O
Tempo na Imagem". "As Misteriosas Formas de Beleza na Fotografia" é o assunto da palestra do holandês Hans Aarsman,
na quinta (19h). Mais informações: www.fotosite.com.br/
semana2008sp/index.htm.
Para preencher a Semana, foram contratados como curadores Pio Figueroa, Rafael Jacinto e João Kehl, trio que pilota a
Cia de Foto. Essa produtora
paulistana ficou bastante conhecida por realizar fotos extremamente autorais, mas assinadas com o nome da empresa,
não com o nome do fotógrafo.
"Só na fotografia não existe
autoria coletiva. Por quê?",
questiona Figueroa. "Esse formato de troca é o mais produtivo tanto comercialmente como
no desenvolvimento da linguagem", afirma Jacinto.
Outro ponto que caracteriza
o trabalho da Cia de Foto e que
alimentará discussões no evento é a questão da finalidade da
fotografia. "Queremos contradizer a idéia de que a foto só
existe como registro, como documento histórico ou trabalho
publicitário. Ela pode ser puro
entretenimento, apenas pelo
ato fotográfico", diz Figueroa.
"[A fotografia] Tem de se impor como linguagem. Ainda
aparece bastante ligada a serviços." Para Figueroa, sua geração (de 30 e poucos anos) "cresceu com uma idéia glamourosa
do fotojornalismo".
"A aplicação técnica ou de
serviço aprisiona nossa noção
de fotografia", aponta Jacinto.
"A foto brasileira ainda está ligada a uma concepção modernista, de destacar na obra o nome do autor individual."
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