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TV
Gilberto Braga diz que público cobra punição a vilões e que "Celebridade" mostrou que fama sem talento não leva a nada
"Foi muito tempo de pouca vergonha no ar"
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem chance. Não é só a vilã mor
Laura Prudente da Costa (Cláudia
Abreu) que vai se dar mal em "Celebridade". Gilberto Braga diz que
não irá salvar a pele de nenhum
personagem do mal na novela,
que termina na próxima sexta.
Ele criou vilões bacanas, como
Renato Mendes (Fábio Assunção), e irá destruir todos. A "culpa" é, em parte, do próprio público. "Quero um final moralista
mesmo. Foi muito tempo de pouca vergonha no ar, as pessoas cobram. E o grande público felizmente gosta dos heróis", disse o
autor, em entrevista à Folha.
Definitivamente, o escritor não
é mais o mesmo de "Vale Tudo"
(1988/1989), na qual até criminosos terminaram numa boa.
Fora do horário das oito desde
"Pátria Minha" (1994/95), Braga
respira aliviado após encerrar a
maratona de "Celebridade" com
excelente saldo no Ibope.
Até o capítulo da última quarta-feira, a trama registrava 46 pontos
de audiência na Grande São Paulo, sintonizado em 68% dos domicílios da região.
É praticamente o mesmo resultado (com discreta vantagem) das
bem-sucedidas "Mulheres Apaixonadas" (2003), de Manoel Carlos, e "O Clone" (2001/2002), de
Glória Perez.
Moral da história
O autor termina sua história sobre o culto às celebridades com
outra lição de moral -além daquela em que o bem vence o mal:
"Acho que ficou [a mensagem de]
que fama sem talento não serve
pra nada, não é? Que fama só vale
a pena quando é decorrência de
produção", afirmou Braga.
As trajetórias de Darlene Sampaio (Deborah Secco), Jaqueline
Joy (Juliana Paes) e até Maria Clara Diniz (Malu Mader) deixaram
claro que fama não traz felicidade.
Mas será que alguém chegou a
desistir de se inscrever no próximo "Big Brother" após essa "lição"? "Essa não é uma preocupação minha mesmo! Sou mais feito
a Darlene, quero que o mar pegue
fogo "preu" comer peixe frito",
disse o escritor, já em clima de férias, louco para voltar "ao mundo
dos vivos", em suas palavras.
Desde a estréia de "Celebridade", oito meses atrás, aumentou
ou diminuiu o culto aos famosos
instantâneos?
"Sei lá, francamente, eu não levo
isso muito a sério, não sou sociólogo mesmo", respondeu Braga,
encerrando de uma vez por todas
esse "papo cabeça".
Vamos falar de último capítulo,
então. O autor é dos que defendem o mistério. Nos últimos dias,
uma infinidade de versões para o
final de "Celebridade" aparecem
em notas de jornais e programas
de fofoca na TV. Ora o bombeiro
Vladimir (Marcelo Faria) morre
queimado num incêndio, ora vive
feliz para sempre com Darlene.
Primeiro Laura é morta por Fernando Amorim (Marcos Palmeira), depois por Renato. E Lineu
Vasconcelos (Hugo Carvana) já
foi morto por tudo quanto é personagem. Ninguém falou da secretária Olga (Cristina Amadeu).
Não seria uma boa idéia, Gilberto?
"É, é uma boa idéia, sim."
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