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Ian McCulloch, líder do Echo & the Bunnymen, escreve um diário de si mesmo no álbum "Slideling", seu 3º projeto solo
Sozinho, de novo
GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele está sozinho mais uma vez.
Nas vésperas de o Echo & the
Bunnymen completar 25 anos, o
líder da banda, Ian McCulloch,
44, resolve dar um tempo na parceira com o guitarrista Will Sergeant e reativar sua carreira solo.
McCulloch não gravava sozinho
desde 92, quando lançou o irregular "Mysterio", ainda na ressaca
do fim da formação clássica dos
Bunnymen, em 88, e da morte do
baterista Pete de Freitas, em 89.
Contudo as circunstâncias que
cercam a chegada de seu novo
disco, "Slideling", são bem diferentes daquelas que o levaram
primeiro à tentativa de emplacar
discos mais autorais e depois a
formar a banda Electrafixion, em
meados dos anos 90.
"Desde a volta dos Bunnymen,
no fim de 96, tenho composto um
pouco sozinho. Agora, eu achei
que era hora de me expressar como um indivíduo, e não apenas
como o Mac, do Echo & the
Bunnymen. É meio como manter
um diário de mim mesmo e deixar que outras pessoas o leiam",
disse o vocalista à Folha, por telefone, de Liverpool, na Inglaterra.
Mas nem tudo é tão tranquilo
quanto aparenta no universo dos
homens-coelho. Boa parte da motivação para fazer o disco solo
vem da vontade de se afastar um
pouco da órbita de Will Sergeant.
"A última vez que eu escrevi um
punhado de músicas que achei
tão boas quanto essas foi em
"What Are You Going to Do with
Your Life?" [dos Bunnymen, lançado em 99]. E tudo o que o Will
fez foi reclamar do disco, dizendo
que não se sentia envolvido, que
as músicas eram só minhas e coisas do gênero. Como a reação dele
foi meio esquisita, pensei que, se
eu escrevesse canções como aquelas de novo, eu as lançaria em um
projeto solo", explica.
Para pôr o disco em pé, McCulloch chamou velhos conhecidos
dos Bunnymen. O tecladista Ceri
James toca com os Bunnymen, e o
guitarrista Pete Byrne foi o empresário da banda na última turnê
mundial. Para o baixo, foi escolhido Peter Wilkinson, do Cast, e Simon Finley segura as baquetas.
Chris Martin e John Buckland,
do Coldplay, fazem uma aparição
especial e tocam nas faixas "Sliding" e "Arthur". "Ficamos amigos quando o Coldplay gravou "A
Rush of Blood to the Head" em Liverpool. Eles disseram que gostariam de participar do meu disco
solo. Quando chegou a hora de ir
para o estúdio, eles estavam no
meio de uma turnê. Mesmo assim
vieram a Liverpool e gravamos tudo em uma tarde."
Com o disco lançado, agora
McCulloch prepara uma série de
shows solo e deve incluir São Paulo no seu roteiro. "Adoro a cidade
e quero ficar bêbado de caipirinha
de novo."
Mas ele não terá muito tempo.
Em outubro começam as comemorações dos 25 anos dos Bunnymen, com mais uma turnê mundial e com o relançamento dos
cinco primeiros discos da banda
remasterizados.
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