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Herchcovitch encontra a paz na mulher
DA REPORTAGEM LOCAL
O tema da guerra apareceu
tanto na coleção masculina
quanto na feminina de Alexandre Herchcovitch. E não foi à
toa que ele escolheu abordar
um assunto tão forte e pesado
numa temporada de verão.
Herchcovitch passou por
problemas complicados, ao tratar a venda de sua grife para um
grupo de moda -negócio que
deu errado. Nas passarelas, ele
decidiu fazer um link entre sua
tormenta pessoal e os conflitos
políticos no mundo.
Interessante notar, nesse
contexto, o desenvolvimento
das duas coleções. O desfile
masculino foi pesado, em tons
de preto e vermelho. Na passarela, bandeiras negras a meio
pau anunciavam o luto.
Na feminina, as bandeiras
surgiram brancas. Herchcovitch confia ao elemento feminino a tarefa de traçar um caminho de paz e conciliação. As
primeiras entradas, mais sisudas, vão dando lugar a armaduras que se desintegram, ganhando aplicações florais e desembocam em camisolas levíssimas com formas que lembram uniformes militares..
Flores e cascatas de babados
brotam do baixo ventre e desembocam em camisolas levíssimas. A cartela de cores privilegia os tons orgânicos, como o
rosa pálido e o pele.
Com muita sensibilidade e
inteligência, Herchcovitch
aponta uma solução ligada ao
erotismo, à fertilidade e também ao amor.
Trata-se de uma coleção brilhante, embora feita num momento de crise. As formas não
buscam a novidade a qualquer
preço. Cada coisa faz sentido,
nas roupas e para além delas.
(VIVIAN WHITEMAN E ALCINO LEITE NETO)
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