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Neta de ACM vira apresentadora da Globo
CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO
Se o avô tivesse de escolher uma
profissão para a ela, com certeza
não seria na televisão. "Ele iria
querer eu tivesse uma profissão
mais "formal", advogada, economista", diz Carolina Magalhães,
24, neta do senador baiano Antonio Carlos Magalhães (PFL) e a
mais nova apresentadora do "Jovens Tardes", musical da Globo
que reestréia hoje às 13h35 e terá
cinco edições dominicais. "Mas
tenho certeza de que não o desagrado; ele nunca me falou nada."
Filha do deputado Luís Eduardo Magalhães, morto em 1998,
Carolina foi "descoberta" há alguns meses por Marlene Mattos,
que gostou da moça por causa de
uma foto de um dos trabalhos esporádicos que faz como modelo.
Sem nunca ter feito televisão na
vida -apesar de estar familiarizada com o meio por causa da
mãe, Michelle, uma espécie de
Amaury Júnior da Bandeirantes
baiana, e de ser uma das herdeiras
da TV Bahia, afiliada da Rede Globo que pertence a seu avô-, um
dia a menina recebeu um telefonema da ex-empresária de Xuxa.
"A Marlene me ligou do nada,
eu nunca tinha falado com ela. Levei um susto, ela disse que queria
que eu participasse do programa,
mas não falou que era para ser
uma das apresentadoras. Fui para
o Rio alguns dias depois, conversamos, fiz testes e em duas semanas eu já estava gravando", conta.
"Ela me perguntou o que eu sabia fazer. Disse que não sabia fazer muita coisa, mas que poderia
aprender. E Marlene gostou disso", diz. Com as gravações, Carolina começou a aprender canto, a
dançar e a ter aulas de dicção.
Quase formada em economia
-"meu pai me incentivou a fazer
o curso, mas hoje vejo que não
tem muito a ver comigo"-, ela
largou a faculdade no último semestre para morar em São Paulo
depois que engravidou e resolveu
casar com o empresário Raphael
Guinle, de quem está separada
atualmente e com quem tem um
filho de três anos, Luís Eduardo.
Há alguns meses, namora o apresentador Marcos Mion, ex-MTV
e, em breve, ex-TV Bandeirantes.
Em São Paulo, trabalhou por
três anos como vendedora da
Daslu, badalada butique paulistana, onde tinha colegas como a filha do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin.
Peso do sobrenome
Carolina não nega que ser neta
de um dos principais nomes da
política brasileira abre portas,
mas diz que às vezes prejudica.
"Às vezes eu tenho oportunidades por causa do sobrenome, respeitam a figura do meu avô, querem agradar de alguma maneira.
Mas também as coisas ficam difíceis, porque sempre estou ligada
ao nome e quero mostrar que eu
tenho os meus valores."
Apesar de ser filha, neta, prima
de políticos, Carolina conta que
nunca pensou em seguir carreira
na política. "Imagine, nunca passou pela minha cabeça", diz ela,
que votou em Lula na última eleição e começou a acompanhar política pelos jornais depois que
aceitou o trabalho na Globo.
"Eu acompanho porque estou
em evidência, dou entrevistas,
sempre me perguntam coisas."
Longe ela tenta ficar das notícias
negativas sobre ACM. "Eu nem
leio, senão às vezes a gente acaba
acreditando nas coisas que falam,
que nem sempre são verdade.
Mas tenho opinião formada sobre
meu avô e nada vai mudá-la, então nada disso me incomoda."
Já incomodou, no entanto.
"Quando eu era criança, adolescente, isso mexia muito comigo.
Às vezes na escola os professores
falavam mal dele na minha frente.
Ele é senador, é político, mas é
meu avô, poxa. E é um amor, supercarinhoso. Não tem nada de
bravo, como dizem por aí."
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