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FILMES
TV ABERTA
"Los Angeles" focaliza cidade feita de aparências
Bernardo e Bianca em "Missão
Secreta"
SBT, 12h25.
(The Rescuers). EUA, 77, 80 min. Direção:
Don Bluth e outros. Os ratinhos Bernardo
e Bianca tratam de procurar a menina
Penny, seqüestrada pela malvada miss
Medusa. Desenho animado da Disney.
True Lies
Globo, 12h55.
(True Lies). EUA, 94, 138 min. Direção:
James Cameron. Com Arnold
Schwarzenegger, Jamie Lee Curtis. Harry
é um agente tão secreto que nem sua
mulher sabe que ele é. Ela vive uma vida
enfadonha e, em busca de aventuras,
passa a flertar com um vendedor que se
faz passar por agente secreto.
Carnaval Atlântida
Cultura, 14h.
Brasil, 52, 95 min. Direção: José Carlos
Burle. Com Oscarito, Grande Otelo. Uma
espécie de manifesto da chanchada. Um
produtor brasileiro contrata o prof.
Xenofonte como consultor de seu
ambicioso roteiro sobre Helena de Tróia.
A coisa não dá certo, ou antes, dá numa
bela comédia carnavalesca. Roteiro
inteligentíssimo, em que se discute essa
tola e perene aspiração do cinema
brasileiro à dita alta cultura.
Kazaam
Record, 16h30.
EUA, 96, 92 min. Direção: Paul Michael
Glaser. Com Shaquille O'Neal, Francis
Capra. Shaquille faz uma espécie de
gênio da lâmpada. Shaquille é bom pra
jogar basquete. Aqui, só bola fora.
As Novas Aventuras de Mogli
Record, 18h.
(Jungle Book 2). EUA, 97, 85 min.
Direção: Dulcan McLahlan. Com James
Williams, Bill Campbell. Um
inescrupuloso pretende capturar Mogli,
o menino das selvas, e transformá-lo em
atração circense. Mas Mogli tem amigos
fiéis entre os animais.
Dois Tiras em Miami
Record, 19h30.
(Miami Supercops). Italia, 84, 93 min.
Direção: Bruno Corbucci. Com Terence
Hill, Bud Spencer. Após se queimarem no
Oeste, Hill e Spencer tentam a sorte
como tiras contemporâneos em Miami,
infiltrando-se em uma gangue.
Colors - As Cores da Violência
Record, 21h30.
(Colors). EUA, 88, 120 min. Direção:
Dennis Hopper. Com Sean Penn, Robert
Duvall. Há gangues e policiais, mas a
tentativa de Hopper é imprimir mais
realismo e mais humanidade ao
fenômeno juventude transviada.
Armagedon
SBT, 22h.
(Armageddon). EUA, 98, 144 min.
Direção: Michael Bay. Com Bruce Willis,
Billy Bob Thornton. Em 18 dias um
asteróide tamanho família vai se chocar
com a Terra e aí tchau e bênção. Mas a
Nasa luta por nós, em particular Willis,
que lidera a equipe de astronautas
encarregada de detonar o asteróide.
Segue-se o que já dá para imaginar.
Los Angeles, Cidade Proibida
SBT, 1h.
(L.A. Confidential). EUA, 97, 138 min.
Direção: Curtis Hanson. Com Kevin
Spacey, Russell Crowe. Policiais
investigam submundo de Los Angeles,
que não é tão sub assim, embora envolva
drogas e prostituição, entre outros.
Trama intrincada, à moda dos filmes
noir, tem de mais original o bordel em
que as prostitutas são sósias de atrizes
famosas. Cidade proibida? Não muito. A
L.A. deste filme é mais uma cidade de
aparências. Notável.
Os Sicilianos
Bandeirantes, 1h.
(Le Clan des Siciliens). França, 69, 120
min. Direção: Henri Verneuil. Com Jean
Gabin, Alain Delon. Gabin é o velho
gângster que planeja e executa seu
último grande golpe. Policial muito bem
levado e servido por um elenco a calhar.
Os Amores de Picasso
SBT, 3h45.
(Surviving Picasso). EUA, 96, 125 min.
Direção: James Ivory. Com Anthony
Hopkins, Juliane Moore. O filme é
baseado num livro chamado "Picasso,
Criador e Destruidor". O resultado é bem
à maneira de Ivory: correto, acadêmico,
com atores bem dirigidos.
(IA)
TV PAGA
Shyamalan impõe delicadeza indiana ao terror
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É possível perguntar quando
os fantasmas começaram a
perder sua influência no mundo
dos homens. Freud lhes aplicou
um duro golpe, não há a menor
dúvida, valorizando o que a idéia
pudesse ter de metafórico. Depois
veio a parapsicologia, com suas
explicações estrambóticas, reduzindo o fantástico e o aterrador a
fenômenos meramente naturais.
Por fim, aconteceu a decadência
brutal da fé. Ou antes, a fé deixou
de ser uma questão prioritariamente de temor (do futuro, do
além), para ser uma questão de
interesses, não raro imediatos.
Com tudo, fazer filme de fantasma ficou difícil, a não ser que se
opte pelas facilidades da chave cômico-sentimental ("Ghost"). Assim, honra a M. Night Shyamalan,
que fez de "O Sexto Sentido" um
completo triunfo.
Muitos atribuem ao menos parte do êxito à origem indiana do diretor/roteirista. E existe na história do menino que se relaciona
com o além e seu terapeuta uma
delicadeza que não parece fazer
parte da tradição ocidental de lidar com a questão (o além).
A particularidade na vida de
Cole Sear é que ele não tem o menor controle sobre suas visões e os
seres que o habitam -normalmente existe, ao menos até algum
ponto, uma cumplicidade entre
as almas do lado de lá e aquele que
se relaciona com elas. Isso amplia
o papel do esforçado mediador
das relações do rapaz com ambos
os mundos, o dr. Crowe (Bruce
Willis), atarantado com os fenômenos vistos por seu paciente.
Este filme tenso, belo exemplo
de terror moderno, tem a vantagem complementar de ser a estréia de um diretor que, ao menos
nesse primeiro momento, parece
ter sido capaz de negociar em
boas condições com Hollywood,
impondo uma visão de autor: é
difícil, mas não impossível.
O SEXTO SENTIDO. Quando: hoje, às
17h, no TNT.
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