|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES
TV ABERTA
"Goldfinger" encontra o melhor James Bond
007 contra Goldfinger
SBT, 12h30.
(Goldfinger). Inglaterra, 1964. Direção:
Guy Hamilton. Com Sean Connery,
Honor Blackman. Goldfinger não quer
pouco: invadir Fort Knox e roubar todas
as barras de ouro das reservas dos EUA.
Connery, o melhor Bond, lutará contra as
infinitas infâmias do vilão.
Minervina Vem Aí
Cultura, 16h30.
Brasil, 1959, 87 min. Direção: Eurides
Ramos. Com Dercy Gonçalves,
Magalhães Graça. Milionário despreza
garotas "de bem" por se apaixonar por
uma doméstica. Chanchada de segunda,
dominada pelo carisma de Dercy. P&B.
Formigas Assassinas
Record, 20h30.
(Marabunta). EUA, 1998. Direção: Jim
Charleston e George Manasse. Com Eric
Lutes, Julia Campbell. Por conta de
aquecimento subterrâneo, vulcão no
Alasca entra em erupção e desperta
formigas assassinas sul-americanas.
A Chave de Orion
Bandeirantes, 20h30.
(Shadowchaser 4). EUA, 1996, 99 min.
Direção: Mark Roper. Com Frank
Zagarino, Jennifer MacDonald. Na África,
arqueólogos descobrem o que sempre
descobrem arqueólogos de cinema:
vestígios de aliens. Seguem-se disputas
e perigos de vida habituais.
O Especialista
SBT, 22h35.
(The Specialist). EUA, 1994. Direção: Luis
Llosa. Com Sylvester Stallone, Sharon
Stone. Bela mulher contrata especialista
em explosivos para fins de vingança.
Falta ao filme mais calor sexual entre o
casal protagonista, o que é desastroso
quando a atriz em questão é Sharon
Stone e o roteiro beira a cafonice.
O Sentido do Medo
Globo, 0h35.
(Absence of the Good). EUA, 1999, 105
min. Direção: John Flynn. Com Stephen
Baldwin, Tyne Daly. O policial Baldwin
tenta esquecer a morte do filho
empreendendo caçada infatigável a um
perigoso assassino. Flynn é um
realizador talentoso, mas novamente às
voltas com um ponto de partida muito
batido. Feito para TV. Inédito.
Olimpíadas: Um Sonho
Olímpico
SBT, 1h35.
(American Anthem). EUA, 1986. Direção:
Albert Magnoli. Com Mitchel Gaylord.
Rapaz desiste da vida de ginasta para
trabalhar em uma fábrica de bicicletas.
Quando ele se apaixona por uma ginasta,
decide retomar seus sonhos.
(IA)
TV PAGA
Em "La Luna", Bertolucci "desexplica" o mundo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Desde a primeira cena, "La
Luna" tenta o espectador
com uma explicação fácil. Lá está
a mãe que leva o filho sorridente
numa bicicleta, sob a luz da lua.
Não será essa a relação perfeita,
que inspirou a Freud o complexo
de Édipo? Não será também o
momento insubstituível, em torno do qual todos os outros se ordenam? E que dizer da crise de
adolescência de Joe, o filho? Ou da
crise de maturidade da mãe? Ou
das cenas de incesto, ponto extremo da dedicação da mãe por seu
filho? Ou, ainda, da providencial
morte do pai, no início?
Assim como flerta ostensivamente com o clichê, Bernardo
Bertolucci não permite que ele se
arvore em explicação de nada.
Nada, na verdade, tem explicação
-clichê ou não. Porque a empreitada de Bertolucci, mais bem-sucedida aqui do que em seus outros filmes, consiste em construir
uma rede de explicações razoáveis -e de modo nenhum opacas- para o comportamento de
seus personagens.
No entanto, essas explicações
não explicam. Elas rodam, como
que por hábito: mãe + filho = Édipo. Etc. Mas não esclarecem, a rigor, nada do que está acontecendo. Temos, então, explicações claras para acontecimentos que,
quanto mais passa o tempo, mais
opacos se tornam.
Talvez seja essa, precisamente, a
arte de Bertolucci: a de "desexplicação" do mundo. De um mundo
saturado por explicações freudianas, marxistas, pedagógicas, econômicas. É como se tudo em "La
Luna" quisesse trazer as coisas de
volta à superfície, em sua inteireza
e mistério. É como se tudo desse
tão certo nesta inegável obra-prima que, ao final, nos resta pensar,
diante de um rosto cheio de tristeza, por exemplo, que afinal a vida
não se explica. Apenas consente
em entregar-se, fugazmente,
transfigurada na beleza de uma
música ou no esplendor de uma
imagem. Que, de todo modo, não
a explicam, apenas a prolongam
ou duplicam.
LA LUNA. Quando: hoje, às 18h30, no
Telecine Emotion.
Texto Anterior: Astrologia Próximo Texto: José Simão: Atenas 2004! Vou dar um ippon no Galvão Bueno! Índice
|