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Festival leva dança às ruas do centro
Realizado pelo Sesc, o evento "Visões Urbanas" tem cias. brasileiras e internacionais interagindo com o espaço urbano
Mostra tem performances em palcos inusitados, como uma tirolesa presa entre dois prédios da rua 24 de Maio e um andaime
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Atenção, pedestres que costumam circular na região da
praça da República, no centro:
de hoje até sexta-feira sua rotina não será a mesma. No meio
de uma caminhada, você poderá avistar um bailarino subindo
pelas paredes dos prédios ou
até interagir com um artista
dançando ao seu lado.
Tendo como quartel o Sesc
24 de Maio, começa hoje, ao
meio-dia, a terceira edição do
festival Visões Urbanas, cuja
proposta é "criar um diálogo
entre o corpo e a cidade, tendo a
dança como interlocutora".
Neste ano, oito companhias
-entre elas, uma da França e
outra da Espanha- vão se
apresentar ao ar livre, mostrando que há uma competente
produção de espetáculos idealizados para o meio urbano.
Desde que criamos o festival,
em apenas dois anos percebemos o crescimento de pesquisas de criação em paisagens urbanas", diz Mirtes Calheiros,
curadora do evento que, desde
1999, faz coreografias para palcos nada tradicionais com sua
companhia, Artesãos do Corpo.
A abertura hoje ficará a cargo
dos franceses da Cie. Retouramont, com a performance
"Danse et Architecture". Com a
ajuda de uma tirolesa presa entre os prédios de duas galerias
da rua 24 de Maio, quatro bailarinos farão acrobacias nos ares.
Em seguida, às 13h, é a vez da
Cia. Linhas Aéreas, de São Paulo, apresentar uma encenação
misturando circo e dança contemporânea, num andaime
montado em frente ao Sesc.
Até sexta-feira, grupos como
a Benvinda Cia. de Dança, da
mineira Dudude Hermann, ou
a Ana Andréa Arte Contemporânea tomam ruas e fachadas
para oferecer um novo olhar da
cidade. O "Visões Urbanas" faz
parte da rede internacional
"Cidades que Dançam", que
reúne eventos de 21 cidades de
diferentes partes do mundo.
"A dança apresentada no
meio urbano ajuda o cidadão a
perceber que a rua é dele, que
foi feita para as pessoas e não é
apenas um lugar de passagem
ou de carros", fala Mirtes. "A cidade é feita de momentos duros, de corre-corre, de violência. Espetáculos que modificam
o cotidiano suavizam esta relação com a cidade."
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