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FILMES DE HOJE
TV PAGA
"Planeta" revela mundo sombrio de Tim Burton
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quando não se quer gostar
de um filme, vale qualquer
argumento. No caso de "O Planeta dos Macacos", versão 2001, de
Tim Burton, é fácil encontrar algum argumento: por exemplo,
Mark Wahlberg não chega aos
pés de Charlton Heston; a comparação com o filme original, de
Frank Schaffner (1968), seria devastadora. Etc.
Resta que esse filme de Tim
Burton foi varrido pela mídia brasileira, como se não valesse nada.
Consideremos que essa mesma
mídia leva a sério "Matrix Reloaded", que tem em alta conta os filmes de Phillip Noyce, que acolhe
"Beleza Americana" como uma
espécie de revelação divina, vemos que estamos bem servidos
no ramo.
Ora, sabe-se que Tim Burton
não é qualquer um. Mas, nesse caso, volta a funcionar a velha teoria
da maionese, de François Truffaut. Para ele, os críticos viam os
filmes como maioneses, que ficam no ponto ou desandam. Não
reconhecem um pensamento aos
filmes: eles são aplicação de uma
técnica e ponto.
Ora, mesmo que a versão de
Franklin Schaffner seja superior, é
preciso admitir que Burton descreve um mundo mais crispado e
sombrio -mais correspondente,
talvez, à América e à Terra atuais.
Isso torna seu filme de imediato
um tanto desagradável, mas isso é
o que o distingue entre os cineastas de sua geração: faz filmes de
orçamento gigante sem bajular o
público.
Por fim, nessa versão da história
do astronauta que encontra um
planeta dominado por macacos,
onde os homens são seres inferiores, Burton introduz a hipótese de
um amor inter-racial. Evidentemente, a mídia americana prefere
cada macaco no seu galho (a despeito de toda a correção política)
-e se pegou nisso para queimar
o filme. Nós, mestiços, os macaqueamos.
O PLANETA DOS MACACOS.
Quando: hoje, às 22h, na Fox.
TV ABERTA
"Ama-me" traz à tona ambiciosa Doris Day
Esqueceram de Mim 3
Globo, 13h05.
(Home Alone 3). EUA, 97, 102 min.
Direção: Raja Gosnell. Com Alex Linz,
Olek Krupa, Rya Kihilstedt. Além de
perder Macaulin Culkin (que cresceu e
desapareceu), a série incorre num
problema de repetição: ainda uma vez,
um menino tem de ser deixado em casa
(aqui por estar doente); ainda uma vez,
bandidos vão tentar invadi-la. O fato de
dessa vez os bandidos serem terroristas
não chega a mudar substancialmente o
"plot".
Osso, Amor e Papagaios
Cultura, 15h30.
Brasil, 56, 102 min. Direção: Carlos
Alberto de Souza Barros, César Mêmolo
Jr. Com Fábio Cardoso, Jaime Costa,
Wilson Grey, Renato Consorte. No auge
da ressaca da Vera Cruz -que falira
pouco antes-, esse filme representou
uma esperança, ao analisar a vida
política em uma cidadezinha do interior
e, sobretudo, seus tipos. Mas o diretor
Souza Barros sumiu um tanto quanto do
mapa, enquanto Mêmolo passou a
cuidar de filmes publicitários.
Confusão em Dose Dupla
Record, 18h45.
(Cops & Robbersons). EUA, 94, 92 min.
Direção: Michael Ritchie. Com Chevy
Chase, Jack Palance, Dianne Wiest.
Policial (Palance) arma campana, a fim
de prender criminoso. Só que se instala
ao lado da família Robberson, que está lá
para transformar sua ação em comédia.
Assalto sobre Trilhos
Bandeirantes, 20h30.
(Money Train). EUA, 95, 109 min. Direção:
Joseph Ruben. Com Wesley Snipes,
Woody Harrelson, Jennifer Lopez. Irmãos
de criação (Snipes e Harrelson)
trabalham como seguranças do metrô
de Nova York e sonham roubar o trem
que recolhe, diariamente, a féria do dia.
Entrementes, ambos se apaixonam pela
bela do metrô (Lopez), o que estremece
seu relacionamento (e seus planos). A
mesma dupla de "Homens Brancos Não
Sabem Enterrar": ao menos deles e de
Jennifer pode-se esperar satisfação.
Alta Frequência
SBT, 22h.
(Frequency). EUA, 2000, 117 min.
Direção: Gregory Hobbit. Com Dennis
Quaid, James Caviezel. Pelas ondas do
rádio, pai adverte o filho, policial, de uns
tantos perigos que o espreitam. O
primeiro problema é que o pai já está
morto. O segundo é que, ao seguir os
conselhos da voz, o policial transtorna a
ordem natural das coisas.
Ama-me ou Esquece-me
Bandeirantes,0h.
(Love me or Leave me). EUA, 55, 122 min.
Direção: Charles Vidor. Com Doris Day,
James Cagney, Cameron Mitchell.
Cagney é o mafioso que põe por diante a
carreira de Ruth Etting (Day), cantora de
blues dos anos 1920-30, e obtém, em
troca, o direito de se casar com ela. Mas
não o de infernizá-la, pensará Ruth a
horas tantas, tal o autoritarismo do
marido. Musical da Metro produzido por
Joe Pasternak, bem mais ambicioso do
que a média da carreira da atriz.
(IA)
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