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Crítica
Trilogia vê o terror segundo Mojica, Person e Candeias
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O Brasil não tem muito cinema de terror, o que acontece
talvez porque tenhamos terror
de sobra no cotidiano.
Ou não será a esse gênero que
se filiaria, com toda justiça, o
episódio em que um grupo de
militares entrega alguns garotos para serem chacinados por
um grupo rival?
José Mojica Marins, o especialista do gênero, sempre se
colocou essa questão: onde está, efetivamente, nosso terror?
Está na sua capa preta, nas
unhas compridas, na retórica
meio pernóstica?
Não. Está na verdade nos insetos que caminham sobre os
corpos, na visão infernal de
corpos doloridos, amontoados,
agrilhoados. "Trilogia do Terror" (Canal Brasil, 0h30) é
uma bela decorrência do sucesso de Mojica e seu Zé do Caixão
nos anos 60. O gênero ganhou
notoriedade e, de repente, certa
nobreza. Fizeram-se três episódios. A Mojica vieram se juntar os prestigiosos Luís Sérgio
Person e Ozualdo Candeias.
Candeias, que também sempre
esteve mais próximo de nosso
terror cotidiano, se dá melhor.
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