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"Tempo das divas acabou", diz Zimmermann
POR EVA JOORY
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para a modelo número um do
mundo, a top gaúcha Raquel
Zimmermann, 25, falta mais
individualidade aos estilistas
brasileiros. "Eles precisam
acreditar mais no feeling deles
e não nas tendências", diz.
Raquel, que vive em Nova
York, esteve no Brasil para desfilar com exclusividade para a
Animale. Ela estrelou várias
campanhas importantes fora
do país, inclusive para Lanvin,
Fendi e Valentino.
Na entrevista a seguir, feita
em São Paulo, ela diz que o
"tempo das divas" acabou e revela que gosta de cantar e de tocar guitarra.
FOLHA - O que é fundamental para
ser uma boa modelo?
RAQUEL ZIMMERMANN - Profissionalismo. O tempo das divas
acabou. A Daria, a Carol Trentini, a Coco Rocha trabalham
muito porque são profissionais.
Tem milhares de modelos lindas, mas quem leva a profissão
a sério é quem trabalha melhor.
FOLHA - O que falta na moda brasileira para ela deslanchar?
RAQUEL - Falta mais individualidade aos estilistas. Falta eles
acreditarem no feeling deles e
não na tendências.
FOLHA - Qual a maior preocupação
de uma modelo que está no topo?
RAQUEL - A solidão. Estamos
sempre sozinhas, em viagens,
aeroportos, hotéis. Mas é o preço. Outra coisa importante é se
preocupar com alimentação.
FOLHA - Como foi ser dirigida por
David Lynch para uma publicidade
da Gucci?
RAQUEL - Foi estranho, mas
uma delícia. Quando cheguei
no set, achei que fosse dar uma
de atriz, mas ela me disse: "Você não vai dizer nada, só sentir".
Fiquei desapontada, queria um
script. Só não fiquei mais frustrada porque ele elogiou minha
atuação. Me disse que eu deveria ser atriz. Mas não me iludo.
FOLHA - Você gostaria de ser atriz?
O que gostaria de fazer quando não
for mais modelo?
RAQUEL - Acho um clichê uma
modelo querer ser atriz. Mas eu
gosto de trabalhos que exijam
criatividade. Gosto de arte e de
rock. Queria poder estudar um
pouco de tudo.
FOLHA - Você também gosta de
cantar. É um hobby ou pretende virar cantora?
RAQUEL - Eu adoro cantar entre
amigos e tocar guitarra, uma de
minhas paixões. Estive no Japão fotografando e fui ao karaokê cantar "Paradise City", do
Guns'n'Roses. Tenho alma de
roqueira. Tenho uma coleção
de guitarras. Tenho uma Gibson LesPaul, uma Fender e
uma Gretch. Toco Guns'n'Roses, Nirvana, Pearl Jam. Mas a
minha profissão acontece nas
passarelas, onde sei como me
comportar. Não saberia agir no
palco.
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