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Artistas se destacam pela multiplicidade
DA REPORTAGEM LOCAL
No lugar da ruptura com o
passado que marcou a chamada geração 80, que assumiu a pintura como oposição
à arte experimental dos anos
70, essa geração do século 21
desdobra uma tradição artística já consolidada no Brasil:
são artistas que se reconhecem como parte de uma genealogia nacional que tem na
origem Hélio Oiticica, Lygia
Clark e os mais recentes
Waltercio Caldas e Tunga.
"Eles têm uma relação de
pertencimento com artistas
mais velhos do próprio país
e, ao mesmo tempo, com artistas da mesma idade de outros países", afirma o curador Moacir dos Anjos. "Isso
dá a eles uma certa mobilidade, um frescor, que permite
transitar da pintura para o
objeto, para a instalação."
É o caso de Tatiana Blass,
que se destacou pela produção em vários suportes. "Ela
tem coragem de experimentar por vários meios, e neles
exibe bastante liberdade",
diz Rodrigo Moura, curador
da próxima "Paralela" e do
Centro de Arte Contemporânea Inhotim (MG). "A Tatiana se beneficia do ambiente
de pintura feito em São Paulo desde a geração 80, com a
Casa 7, mas o renova."
Henrique Oliveira também renova a pintura que viu
na geração anterior. "Ele está
levando a questão da pintura
à fronteira da instalação de
uma maneira muito especial", diz o curador Agnaldo
Farias. "Sua pesquisa plástica tem algo novo, muita vitalidade, frescor."
Na opinião da diretora do
Paço das Artes, Daniela
Bousso, Oliveira "trabalha
com os limites da pintura",
traduzindo sua "gestualidade viril" para o plano tridimensional. "Ele traz de volta
a vibração da cor."
Para ela, outro expoente
dessa nova pintura, Paulo Almeida trabalha "a questão do
real trazido para o plano bidimensional". "Ele se defronta com o espaço representado ipsis litteris."
Se seus pares encontraram
boa acolhida no mercado,
Naiah Mendonça demonstra
a "mobilidade" que caracteriza a geração assumindo
uma trajetória em vídeo. "É
um retrato geracional, tem
algo de perplexidade, desses
impasses de juventude", diz
Paulo Herkenhoff sobre o vídeo de Mendonça que escolheu para a mostra "Laços do
Olhar", em cartaz no Instituto Tomie Ohtake.
(MG e SM)
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