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"Eu te avisei!", diz Wenders a Salles sobre Hollywood
DA REPORTAGEM LOCAL
Wim Wenders sentiu-se "o
homem errado em Hollywood", porque "em Hollywood,
eles querem que você entregue
o que esperam -um determinado produto, que foi extremamente elaborado", afirmou, ao
comentar sua experiência de
dirigir nos EUA.
"Quando você é um diretor
mais interessado no processo
de filmagem e acha que pode
melhorar o produto durante o
processo, é o homem errado."
Depois de dizer que foi "ingênuo" ao aceitar o convite de
Francis Ford Coppola para filmar "Hammett - O Falcão Maltês" (1982) nos Estados Unidos,
achando que "faria um filme
americano", Wenders virou-se
para o diretor brasileiro Walter
Salles, que o sabatinava, e disse:
"Eu te avisei!".
Salles, que tem entre seus oito longas um título rodado nos
EUA -"Água Negra" (2005)-,
respondeu: "Você não foi enfático o suficiente!".
Embora tenha tido "experiência difícil" nos EUA, Wenders disse que aprendeu com
ela e que é "grato ao Coppola",
de quem permaneceu "amigo,
de um modo muito estranho".
Filmar em Hollywood, disse
Wenders, parecia "o convite
perfeito" para alguém que
"sempre quis sair de sua própria pátria". Ele afirmou que,
com a experiência, percebeu
que nunca iria se tornar um diretor americano. "Aprendi a
aceitar que eu era um alemão e
um diretor alemão", disse.
Ao final da sabatina, Salles
presenteou Wenders com o
DVD do longa brasileiro "São
Paulo S/A" (1965), de Luiz Sérgio Person. "É o primo brasileiro de "Memórias do Subdesenvolvimento" [1968, do cubano
Tomás Gutiérrez Alea]. É um
primeiro filme [de Person]
realmente extraordinário, que
toca em temas importantes para você, como a colisão entre o
homem e o meio", disse Salles.
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