|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TV PAGA
"Casamento" tem encanto do sucesso espontâneo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe um monte de filmes
que não eram para dar certo e
deram. São essas coisas que tornam interessante a indústria do
cinema. Ou suportável, diria o
pessimista.
"Casamento Grego" está bem
nessa categoria. Sua estrela se chama Nia Vardalos. Era desconhecida antes do filme e tudo indica
que assim continuará, a despeito
do sucesso. Nia é, também, autora
do roteiro e da peça que lhe deu
origem. Escutou muito "não" para sua história a respeito de uma
jovem de origem grega, com pais
militantemente gregos, dispostos
a casá-la com um grego. Obviamente, quem vai se interessar por
ela (e ser correspondido) de grego
não tem nada.
Em linhas gerais, trata-se do que
se pode chamar verdadeiramente
de cinema étnico, isto é, que aborda usos e costumes de uma determinada etnia vivendo nos EUA.
Foi a mulher de Tom Hanks
quem percebeu que dali podia
sair um sucesso e bancou o filme.
Para o cinéfilo mais exigente é
quase uma ofensa. Uma história
já vista mil vezes (só muda a etnia) e filmada palidamente, para
tocar em tudo sem mexer em nada. Para resumir, ninguém espere
uma versão grega de "Amor, Sublime Amor".
Ok, mas existe o encanto de um
filme que não foi programado para ser sucesso e, no entanto, se impôs como tal. Pode ser que hoje,
ao revê-lo, o espectador médio
que foi ao cinema leve as mãos à
cabeça e pergunte como diabo foi
gostar disso.
Não importa. Os filmes mudam
com o tempo. Nem todas são
obras-primas. Mas existe nesses
sucessos inesperados a centelha
de uma alegria primitiva, que nasceu com o cinema e que os melhores esquemas de marketing não
podem substituir.
É isso o que importa em "Casamento Grego", que a rigor poderia se passar entre latino-americanos ou coreanos. Mas a que a experiência da atriz-autora confere,
sem dúvida, verdade.
CASAMENTO GREGO. Quando: hoje, às
22h, no Cinemax.
TV ABERTA
Kubrick aborda crise conjugal em tom de pesadelo
Trem Desgovernado
Globo, 13h15.
(Final Run). Canadá, 1999. Direção:
Armand Mastroianni. Com Robert Urich,
Patricia Kalember. Computador entra em
pane, e trem controlado por ele está para
ter desastre colossal. Feito para TV.
Batman Eternamente
SBT, 13h35.
(Batman Forever). EUA, 1995, 121 min.
Direção: Joel Schumacher. Com Val
Kilmer, Nicole Kidman. O Homem-Morcego tem a ajuda de Robin para
enfrentar o Charada e o Duas Caras. De
passagem, vai para o divã com uma
psicóloga.
O Corinthiano
Cultura, 16h30.
Brasil, 1966. Direção: Milton Amaral.
Com Mazzaropi, Lucia Lambertini.
Mazzaropi interpreta um corintiano
fanático, sempre às voltas com os
torcedores rivais, em particular
palmeirenses. P&B.
McQuade, o Lobo Solitário
Record, 20h.
(Lone Wolf McQuade). EUA, 1983, 107
min. Direção: Steve Carver. Com Chuck
Norris, David Carradine. Norris emula o
faroeste espaguete e sai de escopeta na
mão atrás da quadrilha de Carradine.
Condenação Brutal
Bandeirantes, 20h30.
(Lock Up). EUA, 1989, 115 min. Direção:
John Flynn. Com Sylvester Stallone,
Donald Sutherland. Pouco antes de ser
libertado, o presidiário Stallone é
transferido para outra cadeia, onde o
diretor pretende fazer de sua vida o
inferno habitual nesse tipo de filmes.
De Olhos Bem Fechados
SBT, 22h.
(Eyes Wide Shut). EUA/Inglaterra, 1999,
159 min. Direção: Stanley Kubrick. Com
Tom Cruise, Nicole Kidman. Cruise e
Kidman fazem o casal bem-sucedido às
voltas com uma crise conjugal e
decorrências sexuais, que Stanley
Kubrick trata num estranho tom de
pesadelo. O último Kubrick não é o
melhor. Mas quem mais teria coragem
de filmar Nicole Kidman numa privada?
(E, mais, ficar bem).
A Grande Ilusão
Bandeirantes, 23h30.
(All the King's Men). EUA, 1949, 109 min.
Direção: Robert Rossen. Com Broderick
Crawford, John Ireland. A vida de político
que cria força e, embora provinciano,
consegue se eleger governador. O
futuro, porém, não será sopa para ele.
Filme que Rossen fez de forma
independente no tempo em que tentava
demonstrar que não era comunista
(tinha sido). P&B. Legendado.
Além da Linha Vermelha
Globo, 0h30.
(The Thin Red Line). EUA, 1998, 180 min.
Direção: Terrence Malick. Com Sean
Penn, George Clooney. Durante a
Segunda Guerra, grupo de soldados
aliados chega ao front do Pacífico e se
prepara para a batalha de Guadalcanal.
Inédito.
Medidas Extremas
SBT, 1h.
(Extreme Mesures). EUA, 1996, 118 min.
Direção: Michael Apted. Com Hugh
Grant, Gene Hackman. Jovem médico
tenta resolver o mistério da morte e,
sobretudo, desaparecimento do corpo
de um paciente. Ele descobrirá que um
famoso cirurgião tem algo a ver com isso.
A Última Esperança da Terra
SBT, 3h.
(The Omega Man). EUA, 1971, 98 min.
Direção: Boris Sagall. Com Charlton
Heston, Anthony Zerbe. Heston é o
homem que permanece imune aos
efeitos da radiação, após holocausto
nuclear, e deve proteger os ainda
humanos contra os terríveis e numerosos
mutantes. Ficção científica baseada em
Richard Matheson, bem dirigida e com o
ator certo. Só para São Paulo.
Clube dos Cafajestes
Globo, 3h20
(National Lampoon's Animal House).
EUA, 1978, 105 min. Direção: John
Landis. Com John Belushi, Tim
Matheson. Estudantes pouco chegados à
ordem e à disciplina botam o campus de
ponta-cabeça. Landis leva a comédia
com elegância e humor.
(IA)
Texto Anterior: Astrologia - Barbara Abramo Próximo Texto: José Simão: Pedofilia Urgente! Máica Jéssica ataca pedicure! Índice
|